OPINIÃO

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País precisa estar pronto para receber estrangeiros

Da redação

| Edição de 17 de novembro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Paraná é o terceiro Estado que mais acolhe imigrantes no País, segundo aponta pesquisa recente divulgada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). Em 2016, trabalhavam 13.833 pessoas de outros países com carteira assinada no Estado. Na região, a força de trabalho estrangeira soma 151 vagas em 12 municípios.
Apucarana e Arapongas, maiores municípios da região e também onde estão os maiores parques industriais, são endereço da maioria desses estrangeiros (126). A chamada nova onda da imigração tomou força a partir de 2010, quando o cenário econômico era de crescimento. De lá para cá, segundo dados do Ipardes, o número de imigrantes no Estado aumentou 277%. Em 2010, o Estado tinha um contingente de 3.660 trabalhadores de outros países atuando no mercado de trabalho formal.
Na região, notadamente em Arapongas, a presença de trabalhadores com outros sotaques começou a ficar mais comum após a chegada dos haitianos, que começaram a chegar após seu país se origem ser assolado por um terremoto em 2010. Após a chegada dos trabalhadores, vieram também os familiares, de modo que o município chegou a abrigar uma colônia estimada em 400 haitianos em 2015. De lá para cá, por conta das mudanças na economia brasileira, muitos foram embora. 
Apesar da crise econômica ter freado a onda migratória mais recentemente - no ano passado houve um escudo de 17% no número de trabalhadores estrangeiros com carteira assinada no estado em relação ao ano anterior -, esse é um fenômeno permanente na economia.
Estrangeiros vem e vão, em maior ou menor grau, de acordo não apenas com as condições econômicas e sociais do Brasil, quanto da origem de quem vem para cá. A migração traz desde trabalhadores oriundos de países onde a economia e as condições sociais são caóticas a profissionais e alto grau de especialização. 
Acolher essas pessoas, principalmente as do primeiro grupo citado, é um desafio e uma necessidade a ser enfrentada por todos os governos. 
Nesse sentido, o Paraná é pioneiro e foi o primeiro Estado a criar um conselho especificamente para pensar soluções e melhorias para a situação dos migrantes. O Conselho Estadual de Migrantes, Refugiados e Apatriados (Cerma) foi criado em 2015. 
Há um ano foi criado também o Centro Estadual de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas. Até agora foram cadastrados 615 imigrantes e refugiados. A iniciativa do governo do estado deveria ser repetida também em outras esferas, principalmente no âmbito federal, para reduzir a burocracia envolvendo os contratos de trabalho com imigrantes e para dar condições dignas aos trabalhadores, bem como para garantir que eles contribuam com a cultura e economia do País. Não custa relembrar que o Brasil é, em sua formação, uma nação de imigrantes.