OPINIÃO

min de leitura - #

Queda nos ataques a bancos é reflexo da união de esforços

Da Redação

| Edição de 24 de fevereiro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

A redução dos casos de assaltos e explosões de caixas eletrônicos na região é, sem dúvida, reflexo da união de esforços para combater esse crime, que estava tirando o sono da população. Os pequenos municípios do Vale do Ivaí eram os alvos preferenciais, mas isso mudou a partir do trabalho de investigação da polícia, que prendeu os líderes das principais quadrilhas, mas também por conta da mobilização da comunidade, que adquiriu fuzis para melhorar a capacidade de enfrentamento dos policiais. Ou seja, a queda de ocorrências está longe de ser uma mera coincidência. 

Entre explosões e assaltos, houve uma redução de 70%. Foram 20 ocorrências em 2015 contra 6 no ano passado. A queda é ainda maior se for comparado ao número de casos registrados em 2013 e 2014, quando o Vale do Ivaí sofreu um “boom” de ocorrências envolvendo as chamadas “quadrilhas da dinamite”. 

Esse panorama se repete em todo o Paraná. Segundo levantamento do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, a redução chega a 59% em 2016 na comparação com o ano anterior. 

Além do trabalho da polícia e da compra de fuzis, essa queda também é reflexo da retirada de muitos caixas eletrônicos de postos de gasolina, supermercados e farmácias, que optaram por não ofertar mais esse serviço com medo dos ataques das quadrilhas. Não foram apenas esses estabelecimentos a agir assim. Até mesmo muitos bancos limitaram o atendimento em suas próprias agências em pequenos municípios. Isso tudo influenciou na redução dos casos. 

A situação dos ataques a bancos gerou pânico em moradores de várias cidades do Vale do Ivaí nos últimos quatro anos. Não é por menos. Em Borrazópolis, clientes foram transformados em escudo humano, por exemplo. Já em Rosário do Ivaí, os assaltantes invadiram uma festa de casamento enquanto explodiam os caixas eletrônicos. 

A redução de casos deve servir como motivação para as autoridades de segurança pública. É preciso seguir as investigações e prender os demais integrantes das quadrilhas. Esses bandos não podem se reorganizar, embora muitos desses grupos criminosos ainda sigam agindo em algumas regiões do Paraná. Ortigueira e os municípios próximos, inclusive, seguem entre os mais visados pelo isolamento e também pelas inúmeras rotas de fuga. 

É preciso também lembrar da responsabilidade dos bancos. Muitas instituições mudaram as regras de abastecimento de dinheiro, que passaram a deixar os caixas eletrônicos vazios a partir das 19 horas. Enfim, é preciso dificultar ainda mais esse tipo de crime para devolver o clima de segurança nos pequenos municípios e também para evitar prejuízos com a falta de serviços bancários.