OPINIÃO

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Sair da crise é desafio no polo moveleiro de Arapongas

Da Redação

| Edição de 16 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Pelo segundo ano consecutivo, o polo moveleiro de Arapongas registrou queda no faturamento em 2016. A redução chegou a 4,7%, seguindo tendência negativa já registrada no ano anterior. No entanto, em 2015, a situação foi pior, quando o faturamento das fábricas recuou 10,6%. Os dados divulgados pelo Sindicato das Indústrias Moveleiras de Arapongas (Sima) mostram, por um lado, que houve estabilização da crise. No entanto, de outro, revelam que as dificuldades do setor ainda persistem, o que gera preocupação em Arapongas, já que o polo moveleiro é o principal motor da economia do município. 

O polo moveleiro de Arapongas conta com quase mil empresas em toda a sua base territorial, que compreende 42 cidades. São mais de 20 mil empregos diretos, sendo que 10 mil apenas em Arapongas. Segundo o Sima, o faturamento fechou em R$ 1,521 bilhão em 2016 contra R$ 1,596 bilhão em 2015. Em 2014, o volume foi maior, atingindo a marca de R$ 1,785 bilhão. 

Esta é a maior crise enfrentada pelo polo moveleiro de Arapongas em sua história. Em 17 anos, apenas em 2016 e 2017 houve retração no faturamento. A situação foi reflexo da queda acentuada nas vendas, com a crise econômica que atingiu todo o país e praticamente todos os segmentos econômicos. Em 2015, as fábricas demitiram quase 2 mil trabalhadores. Em 2016, o ano fechou com 254 postos de trabalho a menos. 

Os números mostram que houve uma melhora em relação a 2015, quando o quadro foi de muitas dificuldades. Naquele ano, empresas tradicionais de Arapongas enfrentaram colapso financeiro e algumas chegaram a entrar com pedidos de recuperação judicial, como foi o caso do Grupo Simbal, que admitiu dívidas de R$ 193 milhões. A situação estabilizou, no entanto, as empresas estão tendo muitas dificuldades de recolocar as finanças em dia, principalmente porque não conseguem retomar o ritmo anterior de vendas. 

Por outro lado, mostra que a situação está voltando ao normal paulatinamente, com a reação da economia do país após as mudanças colocadas em prática pelo governo Michel Temer (PMDB). É claro que essa retomada ainda vai demorar, pois o baque em 2015 foi muito grande. Mesmo assim, os dados mostram que houve uma melhoria significativa. 

Um outro ponto positivo é o aumento das exportações. O volume de vendas externas passou de US$ 93,93 milhões para US$ 98 milhões, uma alta de 4,8%. 

A situação do polo moveleiro e das demais empresas ainda é muito difícil. Caiu o faturamento para os empresários e muitos trabalhadores perderam seus empregos. No entanto, a estabilização precisa ser destacada após um ano caótico, em 2015. A tendência é de recuperação, embora o mercado ainda esteja reticente. Buscar alternativas é o desafio do empresariado nesse momento. O crescimento das exportações é um exemplo de que é importante abrir novos mercados. Arapongas tem ainda um grande potencial de exportação a ser explorado.