Situações extremas, como a que a sociedade mundial vive atualmente por conta da pandemia do coronavírus, tendem a revelar o pior e também o melhor do ser humano e, por consequência, da sociedade.
Nos últimos dias, muito do pior tem sido não apenas retratado pela imprensa - as cenas de pessoas brigando nos supermercados por itens de higiene e profilaxia têm se multiplicado nas redes sociais - mas conferido de perto. Falta de bom senso e total inadequação de consciência coletiva, entretanto e felizmente, não são regra.
A Tribuna trouxe em reportagem neste domingo também o outro lado da moeda. Gente que está abrindo espaço na vida para a solidariedade e o bem comum. Nas redes sociais, o horizonte não é apenas de fake news, mas também de pessoas oferecendo serviços e apoio. Gente que se disponibiliza para fazer uma compra, ir à farmácia ou pagar uma conta para as pessoas que com maior risco em caso de exposição como idosos, pacientes de doenças crônicas e gestantes.
É fato e de conhecimento de todos que o Brasil ainda se encontra no início da curva da pandemia do Covid-19. Não há qualquer dúvida que 2020 vai ser um ano de dificuldades nas mais diversas áreas com perdas na saúde, na economia e também - e essa é uma perda muito difícil de ser qualificada - no psicológico da população.
O isolamento forçado, os prejuízos econômicos, a interrupção do planejamento do cotidiano e de metas de estudo e trabalho, a incerteza a respeito dos próximos meses e a grande quantidade de informações que chega todos os dias para as pessoas são potencialmente danosos.
Exatamente por isso, o exemplo de quem se mantêm não apenas tranquilo, mas disposto a contribuir, na medida de suas possibilidades, com o chamado bem estar social merece ser destacado. Existem sim boas notícias em meio a esta pandemia. E se todos adotarem essa postura, as boas notícias tenderão a aumentar.