POLÍTICA

min de leitura - #

Comandantes militares abandonam o governo

DA REDAÇÃO

| Edição de 31 de março de 2021 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

O Ministério da Defesa anunciou ontem a saída dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. A mudança ocorre um dia após Fernando Azevedo e Silva ter deixado o cargo de ministro da Defesa, assumido então por Braga Netto, que chefiava a Casa Civil. 

A nota do ministério não informa o motivo das saídas nem os nomes de quem ocupará os comandos das três Forças Armadas. Segundo a pasta, a decisão foi tomada durante reunião realizada ontem, com a presença de Fernando Azevedo e Silva, Braga Netto e dos três comandantes substituídos – Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).
Anteontem (29), ao anunciar que deixaria o cargo de ministro da Defesa, Azevedo e Silva agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro a oportunidade de “servir ao país”, integrando o governo por mais de dois anos. “Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”, afirmou, destacando que deixa o posto com a certeza de ter cumprido sua “missão”.
Azevedo e Silva também disse ter dedicado total lealdade ao presidente, e agradeceu aos comandantes das Forças Armadas (Aeronáutica, Exército e Marinha), bem como às respectivas tropas, “que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira”.
Em vez de um pedido de demissão entendido como uma resistência a Bolsonaro, interlocutores da Defesa alegaram que os cargos dos comandantes foram pedidos pelo novo ministro. A saída simultânea durante um governo dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica não tem precedentes. 
Segundo fontes do Alto Comando do Exército, a pressão exercida sobre as Forças Armadas era para que os comandantes demonstrassem mais fidelidade ao governo Bolsonaro e suas ações, e não por uma ruptura institucional. A tensão entre militares e o governo cresceu com o episódio. A avaliação é de que a atitude de Braga Netto irá determinar se a crise irá aumentar ou não de temperatura a partir de agora.