POLÍTICA

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Debate com presidenciáveis tem tom morno e poucos ataques

Folhapress

| Edição de 11 de agosto de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Em um primeiro debate morno, promovido pela Bandeirantes na noite de quinta-feira, os candidatos à Presidência evitaram, com algumas exceções, ataques diretos e trazer temas polêmicos à tona.

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Presidenciáveis como Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) não foram confrontados com seus pontos fracos, como o escândalo da Dersa, no caso do ex-governador de São Paulo, ou o temperamento explosivo do ex-governador do Ceará.
A ausência de Lula, preso em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro, contribuiu para um embate menos caloroso. Nesse cenário, Guilherme Boulos, do PSOL, tentou assumir o papel de porta-voz da esquerda e se apresentou como “do partido de Marielle Franco”, vereadora assassinada no Rio de Janeiro em março.
Foi ele, inclusive, que protagonizou um dos únicos confrontos em que o tom das acusações se elevou. Boulos questionou Jair Bolsonaro (PSL) sobre a funcionária de seu gabinete Walderice Santos da Conceição, que, segundo mostrou a Folha de S. Paulo, trabalha num comércio de açaí em Angra dos Reis, onde o deputado federal tem uma casa.
“Quando a Folha de S.Paulo foi lá, ela estava de férias. Ela é essa senhora, humilde, trabalhadora”, disse Bolsonaro.
Ao ser questionado por Boulos se ele não tinha vergonha de manter uma “funcionária fantasma” e de ter auxílio moradia da Câmara mesmo tendo imóvel em Brasília, Bolsonaro respondeu que teria vergonha se “tivesse invadindo as casas dos outros”, numa provocação ao líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Dos 13 candidatos à Presidência, apenas oito participaram do debate: além de Bolsonaro, Alckmin, Ciro, Boulos e Daciolo, foram convidados Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB).
Todos se enquadram na determinação da lei eleitoral de que devem ser convidados candidatos de partidos ou coligações que tenham pelo menos cinco congressistas.
ALCKMIN E BOLSONARO
Geraldo Alckmin (PSDB) foi o mais demandado pelos opositores mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto, que evitaram Bolsonaro. Marina, por exemplo, pressionou o ex-governador de São Paulo por sua aliança com o chamado “centrão” (DEM, PP, PR, PRB e SD).
“O sr. diz que é candidato à Presidência porque quer mudar o Brasil. No entanto, fez aliança com o centrão, que é a base de sustentação do governo Temer. [...] O sr. acha que isso é fazer mudança?”, questionou a candidata da Rede.
Ciro, por sua vez, disse que a reforma trabalhista, defendida no debate por Alckmin como “necessária”, “foi um erro” e “introduziu muita insegurança” no país. “Essa selvageria nunca fez nenhum país do mundo prosperar”, afirmou.
Questionado em temas como violência contra a mulher e segurança pública, Bolsonaro manteve posições como a defesa da castração química para estupradores e um referendo para facilitar a venda de armas aos “cidadãos de bem”.
Alvaro Dias foi um dos que mais tratou do tema da Lava Jato, dizendo que a operação “deve ser institucionalizada” como política de combate à corrupção, citando novamente o juiz Sergio Moro como seu futuro ministro da Justiça.
Cabo Daciolo (Patriota) roubou a cena no encontro entre oito presidenciáveis, ao fazer promessas como de reduzir o preço da gasolina em 50% e de acabar com 400 bilhões de sonegadores, embora o Brasil tenha uma população muito menor, de 209 milhões de habitantes.