POLÍTICA

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Eleição presidencial não empolga maioria do povo brasileiro

Edison Costa

| Edição de 18 de março de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Pesquisa divulgada nesta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que o povo brasileiro está bastante descrente com a classe política. Os eleitores irão para as urnas no dia 7 de outubro deste ano, sem muita esperança de mudanças neste País, especialmente em se tratando de Presidência da República e Congresso Nacional.

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De acordo com a pesquisa, entre os brasileiros entrevistados 44% se dizem pessimistas em relação à eleição presidencial deste ano. Os que se dizem otimistas são apenas 20%. Outros 23% não estão nem otimistas e nem pessimistas com o processo eleitoral e 13% não sabem nem o que dizer sobre o assunto. 
Praticamente metade da população (48%) não manifesta preferência ou simpatia por nenhum partido específico e 72% concordam totalmente ou em parte que votam no candidato que gostam, sem levar em conta o partido em que ele esteja.
De acordo com o levantamento, entre as características mais mencionadas pelos brasileiros como muito importantes para um candidato à Presidência da República, destacam-se as seguintes: ser honesto, não mentir em campanha eleitoral (87%), nunca ter se envolvido em casos de corrupção (84%) e transmitir confiança (82%).
Este cenário é idêntico ao revelado por outros institutos de pesquisas eleitorais. Em entrevista dada nesta semana ao site Congresso em Foco, o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, afirma que “o eleitor brasileiro está mais indignado do que nunca com os políticos deste País” e dará mais trabalho para ser convencido pelos candidatos nesta que ele considera será a eleição mais indefinida da história do País. 
Para Paulino, a economia deve perder o posto de principal preocupação do eleitorado, durante o processo eleitoral, para a segurança pública e a saúde, o que poderá dar um tom mais emocional à campanha. “Todos os candidatos terão de enfrentar rejeição inédita e recorde à prática política”, adverte.
Idêntica opinião tem o analista político e professor de Ética e Filosofia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Elve Cenci. Para ele, a política brasileira passa por um momento de crise muito grave. “Nos últimos anos os temas de política trocaram de coluna pela coluna de polícia. Operações da polícia federal, prisões, políticos com graves denúncias que se safam, esses e outros fatos tornaram a política um tema indigesto”, analisa.
De acordo com Cenci, a democracia depende visceralmente da confiança dos eleitores no sistema. “No presente momento é o sistema político que está em crise e em descrédito”, declara. 
Cenci observa que soma-se a isso a crise dos partidos. “Ao todo temos 35 legendas, na maioria dos casos sem identidade ideológica, e comandadas por donos. Não temos novas lideranças. Não há espaço para a renovação. O novo aparece na figura dos filhos dos políticos tradicionais. Nada mais velho e viciado do que os nossos deputados estaduais que representam a segunda geração de políticos. Conduzidos por papais e mamães, não representam ninguém além do grupo político da família”, avalia o professor londrinense. 

ENQUETE

VOCÊ ESTÁ ANIMADO (A) COM RELAÇÃO ÀS

ELEIÇÕES PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA?

“Eu estou é desacreditada com as eleições deste ano. Com esses políticos que estão aí se apresentando como candidatos a presidente, acho que não vai mudar nada. Talvez posso dar meu voto de confiança ao senador paranaense Álvaro Dias, porque não tenho visto seu nome envolvido em falcatruas. Mas também não ponho minha mão no fogo. Quanto às eleições para senador e deputados federais e estaduais, será uma difícil escolha”. 

Rosiane Cristina Bolonhezi
Dentista-Apucarana

“Eu sempre votei para presidente e vou continuar votando, apesar de tanta corrupção que muitas vezes causa desânimo. Mas nós precisamos de mudança e temos que acreditar nisso. Agora, o povo de modo geral precisa aprender a votar. Na hora de votar tem que analisar bem o candidato para fazer uma boa escolha e não se arrepender depois. Quanto a senadores e deputados estaduais e federais não dá para acreditar. É muita conversa, pouca ação e muita corrupção”.

Sebastião Kuke

Comerciante-Apucarana

“Eu continuo animado para votar para presidente, como sempre fui. A gente nunca pode perder a esperança, tem que acreditar em alguém. Vejo boas perspectivas de mudança para melhor, porque pior do que está não pode acontecer. Também é preciso escolher bem os senadores e deputados, mas eles terão que olhar com mais carinho para o povo. A eleição é uma reta sem volta e não tem mais como enganar o povo. Quem se eleger terá que trabalhar bem e muito bem”.

Erli Augusto da Silva (Campeão)
Corretor - Apucarana