POLÍTICA

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Ex-ministro de Dilma, Joaquim Levy vai comandar BNDES na gestão Bolsonaro

Agência Brasil e Folhapress

| Edição de 12 de novembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O ex-ministro Joaquim Levy aceitou ontem o convite para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele foi convidado pela equipe de Paulo Guedes, confirmado para o superministério da Economia, e a informação divulgada por sua assessoria.

É o primeiro na equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro. Com experiência na administração pública, Levy foi ministro da Fazenda de janeiro a dezembro de 2015, no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), com a promessa de realizar um ajuste fiscal para conter os gastos públicos.

Na semana passada, Bolsonaro afirmou que pretende "abrir a caixa-preta" do BNDES em referência a empréstimos suspeitos negociados em gestões anteriores. Segundo ele, a sociedade tem direito de saber como é utilizado o dinheiro público.

Ontem, Levy se despediu de colegas do Banco Mundial, onde ocupava o cargo de diretor financeiro. Ele deve se incorporar à equipe de transição.

Imagem ilustrativa da imagem Ex-ministro de Dilma, Joaquim Levy vai comandar BNDES na gestão Bolsonaro



Assim como Paulo Guedes, Levy é doutor pela universidade americana de Chicago, berço de economistas liberais.

O nome de Levy circulou no fim de semana. Outros cotados para integrar a equipe econômica de Bolsonaro que foram ventilados são Ivan Monteiro, presidente da Petrobras, e Mansueto Almeida, secretário do Tesouro. A sua permanência nos respectivos cargos, contudo, não foi confirmada até o momento.

Engenheiro naval de formação, Levy também foi secretário do Tesouro Nacional entre 2003 e 2006, durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Antes, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi secretário adjunto da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, no ano 2000.
Em 2007, foi secretário de Fazenda do Rio de Janeiro no primeiro mandato do governador Sergio Cabral.
No cargo de ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, Levy adotou um programa de austeridade fiscal e desfez uma série de desonerações concedidas no primeiro mandato de Dilma. Os benefícios incentivavam desde a compra de veículos à redução do preço dos combustíveis.

Em entrevista à imprensa ontem, Bolsonaro elogiou a escolha de Joaquim Levy para comandar o BNDES. Questionado sobre o fato de ele ter sido ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff e trabalhado na gestão Sergio Cabral no Rio de Janeiro, o presidente eleito disse que não há nada que desabona sua história.

“Ele [Levy] tem um passado [no governo Dilma Rousseff e na gestão Cabral], mas não tem nada contra sua conduta profissional , assim sendo eu endosso o Paulo Guedes. Este é um ponto pacificado”.

Deputado federal pode ser ministro da Saúde

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse ontem que está examinando o nome do deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) para assumir o Ministério da Saúde. Mandetta é ortopedista pediátrico, não se candidatou novamente e portanto ficará sem mandato no próximo ano. Ele se reuniu de manhã com Bolsonaro e conversaram sobre a possibilidade de assumir a pasta.

Segundo Bolsonaro, Mandetta, de 53 anos, se for nomeado para a Saúde terá missões específicas. “Tem que tapar os ralos”, afirmou. “Queremos facilitar a vida do cidadão e economizar recursos”, acrescentou o presidente eleito, em defesa da implantação do prontuário eletrônico. “Não temos como falar em investir mais em saúde porque estamos no limite em todas as áreas.”

Em conversa com a imprensa, o presidente eleito  reconheceu ontem que há dificuldades em aprovar a reforma da Previdência ainda este ano. Segundo ele, a avaliação foi feita pelo economista Paulo Guedes, que assumirá o superministério da Economia, e que está à frente das principais negociações sobre o tema.