POLÍTICA

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Moro irá ao Senado para falar sobre conversas vazadas

Folhapress

| Edição de 12 de junho de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O próprio ministro pediu audiência na tentativa de minimizar desgaste
O ministro Sergio Moro (Justiça) irá ao Senado na quarta-feira da semana que vem (19), às 9h, prestar esclarecimentos depois do vazamento de mensagens trocadas entre o ex-juiz e o procurador Deltan Dallagnol.
Para tentar minimizar seu desgaste, o próprio ministro do governo Jair Bolsonaro se ofereceu para ir à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. A avaliação é que o Senado é um território menos hostil que a Câmara e que a comissão é um ambiente controlado.
“Comunico a vossa excelência que fui informado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de sua disponibilidade para prestar os esclarecimentos à comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal sobre notícias amplamente veiculadas na imprensa relacionadas à Operação Lava Jato”, escreveu o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), em carta destinada ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
A carta foi lida em plenário durante a sessão do Congresso Nacional, que reúne deputados e senadores, e provocou reclamações.
“Não é adequado que o ministro escolha, que o ministro decida e a gente não possa participar desta decisão”, disse o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS).
“Estou falando aos senadores. Não estou convidando os deputados federais a participarem”, retrucou Davi.
Ao se oferecer para ir ao Senado, Moro se antecipou à aprovação de requerimentos para convocá-lo e tenta esfriar o clima para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar possíveis irregularidades sobre seu comportamento como juiz da Lava Jato.
Nesta segunda-feira (11), ele foi ao Congresso almoçar com senadores de DEM, PL (ex-PR) e PSC. Cercado por seguranças, não atendeu a imprensa.
No último domingo, o site The Intercept Brasil divulgou diálogos que mostram que Moro e Deltan discutiam processos em andamento e comentavam pedidos feitos à Justiça pelo Ministério Público Federal enquanto integravam a força-tarefa da Lava Jato.