POLÍTICA

min de leitura - #

Perfis ligados a inquérito das ‘fake news’ são bloqueados

DA REDAÇÃO

| Edição de 25 de julho de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tiveram as contas suspensas nas redes sociais Twitter e Facebook nesta sexta-feira, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). As contas e páginas do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), dos empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury, da extremista Sara Giromini e do blogueiro Allan dos Santos saíram do ar. O bloqueio temporário foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes.

A suspensão foi determinada no âmbito do inquérito das fake news - que apura notícias falsas, ofensas e ameaças contra autoridades. A medida foi justificada pela necessidade de ‘interromper discursos criminosos de ódio’ e solicitada ainda em maio, quando os envolvidos foram alvo de mandados de busca e apreensão.
Twitter e Facebook cumpriram a determinação, de dois meses atrás, e suspenderam as contas após serem intimados na quarta-feira (22), pelo próprio Alexandre, sob multa de pena diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento.
As provas colhidas na investigação também citam depoimentos prestados pelos deputados federais Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP), que contaram detalhes sobre o funcionamento do ‘Gabinete do Ódio’ na CPMI das Fake News, no Congresso.
O blogueiro Allan dos Santos foi identificado pela Polícia Federal como um dos ‘influenciadores’ do esquema. Segundo os investigadores, foi detectada a existência de um ‘mecanismo coordenado de criação e divulgação’ das mensagens contra ministros. Os perfis de influenciadores utilizavam seus seguidores para criar hashtags que atacassem o STF, para só então reproduzi-las em suas contas. Dessa forma, ficariam seguros de que não foram eles os responsáveis pela criação das hashtags.
A PF identificou indícios que as publicações sejam disseminadas por meio de robôs com o objetivo de atingir número expressivo de leitores - o mecanismo seria financiada por empresários ‘de maneira velada’.
A Polícia Federal também identificou ‘sérios indícios’ de práticas de crimes cometidos pelo ex-deputado Roberto Jefferson.
O dono da rede de lojas de departamento Havan, Luciano Hang, é suspeito de participar do núcleo financeiro supostamente responsável pelo impulsionamento de vídeos e materiais ‘contendo ofensas e notícias falsas com o objetivo de desestabilizar as instituições democráticas e a independência dos poderes’ e composto por empresários do grupo autodenominado ‘Brasil 200 Empresarial’.
Em nota, o empresário Otávio Fakhoury disse ter sido surpreendido com a suspensão de suas contas em redes sociais. De acordo com o advogado João Manssur, que representa Fakhoury, a medida é desproporcional e contrária à liberdade de expressão.