POLÍTICA

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Requião deixa o PT após dois anos, com críticas ao partido

Da Redação

| Edição de 27 de março de 2024 | Atualizado em 27 de março de 2024
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O ex-governador e ex-senador do Paraná, Roberto Requião, se desfiliou do Partido dos Trabalhadores (PT) nesta quarta-feira. A informação foi confirmada pelo presidente da legenda no Paraná, deputado estadual Arilson Chiorato. 

O pedido de desfiliação foi protocolado pela manhã no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e também junto à executiva estadual da legenda.

Requião havia se filiado no partido em março de 2022, ano em que disputou o Governo do Estado. Na época, o partido comandado por Luiz Inácio Lula da Silva via a necessidade estratégica de ter um candidato no Paraná para defender a candidatura presidencial. Requião esteve ao lado de Lula, fazendo uma defesa ferrenha do petista, num grande ato na Boca Maldita, no Centro de Curitiba.

“Infelizmente recebo o pedido de desfiliação do Requião. Respeito a decisão e agradeço a luta e dedicação enquanto filiado do PT”, afirmou o deputado Chiorato.

Durante uma live em suas redes sociais na tarde desta quarta-feira, Requião falou sobre seu descontentamento com o partido no Paraná e afirmou que o acordo que ele fez com o projeto da Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) não foi cumprido.

Requião também criticou a postura do Governo Federal diante do pedágio do Paraná, que acaba de voltar a funcionar. Outro ponto de descontentamento para o ex-governador é o apoio do PT à pré-candidatura do deputado federal Luciano Ducci (PSB) à Prefeitura de Curitiba.

Em nível nacional, as críticas sempre difundidas na rede social do ex-governador em relação ao novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva começaram a aparecer já na escalação do time de ministros, no começo do mandato petista. A questão econômica era a discordância central de Requião. 

A recusa do convite para presidir o Conselho de Administração da Itaipu Binacional, considerado por Requião como uma “boquinha de luxo”, no entanto, tem pouca influência na decisão tomada por ele nesta quarta-feira. O ex-governador sempre disse que não queria cargo no governo federal. 

Em contrapartida, Requião cobrava sim coerência de Lula nos atos praticados já como presidente da República, principalmente quanto à história e às lutas empunhadas pelo Partido dos Trabalhadores. 

Roberto Requião não anunciou para onde deve migrar, mas especula-se nos bastidores políticos de Curitiba que ele pode ir para o PDT, comandado no Paraná pelo deputado estadual Goura Narataj, ou para o Solidariedade. Fontes afirmam ainda que o filho de Roberto Requião, deputado estadual Requião Filho, deve deixar a legenda e migrar para o PDT.