POLÍTICA

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STF manda abrir inquérito e Temer diz que não renuncia

Agência Brasil

| Edição de 19 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou ontem abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer (PMDB). O pedido de investigação foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Com a decisão de Fachin, Temer passa formalmente à condição de investigado na Operação Lava Jato.
O pedido de abertura de inquérito foi feito após um dos donos do grupo JBS, Joesley Batista, dizer em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR) que, em março deste ano, gravou o presidente dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Imagem ilustrativa da imagem STF manda abrir inquérito e Temer diz que não renuncia


A delação de Joesley e de seu irmão, Wesley Batista, foi homologada por Fachin.
Pela Constituição, o presidente da República só pode ser investigado por atos cometidos durante o exercício do mandato e com autorização do STF.
Assim, o presidente poderá ser investigado porque os fatos narrados por Joesley Batista na delação teriam sido cometidos em março deste ano, quando Temer já ocupava a Presidência.
Em pronunciamento ontem à tarde no Planalto, em rede nacional, Temer disse que não irá renunciar ao cargo e exigiu uma investigação rápida na denúncia em que é citado, para que seja esclarecida. “Não renunciarei. Repito não renunciarei”, afirmou, em resposta às pressões que sofre no Congresso e por setores da sociedade para deixar o cargo.
“Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos, e exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dúvida não pode persistir por muito tempo”, disse Temer, em pronunciamento.
Temer declarou que a investigação do STF será território onde surgirão todas as explicações e que nunca autorizou ninguém a usar seu nome indevidamente. “Não comprei o silêncio de ninguém e não temo delação. No Supremo, demonstrarei não ter nenhum envolvimento com esses fatos”, afirmou.
No pronunciamento, Temer disse que seu governo “viveu nessa semana seu melhor e seu pior momento”. “Indicadores de queda da inflação e números de retorno do crescimento econômico e geração de empregos criaram esperança de dias melhores”, destacou ao iniciar o discurso.
Segundo ele, “todo o esforço para tirar o país da recessão pode se tornar inútil” com as denúncias do dono da JBS.
Segundo o presidente, “a revelação de conversas gravadas clandestinamente trouxe fantasmas de crise politica de proporção ainda não dimensionada”.

Ministros vão deixar governo
O ministro da Cultura, Roberto Freire, decidiu deixar o cargo logo após o presidente Michel Temer anunciar que não renunciará à presidência da República por causa das denúncias de que Temer teria pedido ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, que desse dinheiro ao ex-presidente da Câmara, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba, na Operação Lava Jato.
Segundo a assessoria do Ministério da Cultura, a decisão de Freire está alinhada à primeira manifestação pública das bancadas de seu partido, o PPS, na Câmara dos Deputados e no Senado. Em nota, o diretório nacional do PPS cobrou a renúncia do presidente caso as informações antecipadas pelo O Globo sejam confirmadas. O partido, no entanto, não explicitou a intenção de abandonar a base aliada, tanto que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também é filiado ao PPS, anunciou que permanecerá no cargo. 
Outro que anunciou sua saída do governo foi o ministro das Cidades, Bruno Araújo, depois de ouvir vários deputados do PSDB. (AGÊNCIA BRASIL) 

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