POLÍTICA

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Temer desiste de recurso para suspender inquérito no STF

Agência Brasil

| Edição de 23 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A defesa do presidente Michel Temer (PMDB) desistiu ontem do recurso no qual solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão das investigações relacionadas ao presidente. A medida foi tomada após o anúncio de que a Corte autorizou a Polícia Federal a realizar uma perícia no áudio entregue pelo empresário Joesley Batista em seu depoimento de delação premiada.

Imagem ilustrativa da imagem Temer desiste de recurso para suspender inquérito no STF


De acordo com um dos representantes de Temer, o advogado Gustavo Guedes, após o deferimento de perícia, a defesa está satisfeita e não quer mais o julgamento do recurso. Guedes também anunciou que a defesa contratou uma perícia particular para analisar o áudio. Segundo o advogado, foram encontrados “70 pontos de obscuridade no material”.
“A defesa do presidente apresentou petição dizendo: agora nos sentimos atendidos com o deferimento da perícia (oficial) e a partir desse laudo que nós juntamos agora, que nos dá segurança, nós queremos agora que isso se resolva o mais rapidamente possível”, disse.
A abertura do inquérito sobre Temer por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça foi autorizada pelo ministro Edson Fachin na quinta-feira passada, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o Ministério Público Federal, em encontro com o empresário Joesley Batista, Temer deu aval para que ele continuasse a pagar uma espécie de mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro, ambos presos, para que continuassem em silêncio. O áudio da conversa, gravada por Joesley, foi disponibilizado na última quinta-feira.
No fim de semana, em pronunciamento à nação, Temer anunciou um recurso ao Supremo, questionou a legalidade da gravação e disse que há muitas contradições no depoimento de Joesley, dono do grupo JBS, como a informação de que o presidente teria dado aval para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba. Temer classificou a gravação de clandestina, manipulada e adulterada, “com objetivos nitidamente subterrâneos”.

COM PARLAMENTARES
O presidente Michel Temer recebeu ontem três parlamentares da base aliada ao governo. Segundo o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), o encontro serviu para dar sequência a alguns pontos conversados durante a reunião de domingo, no Palácio da Alvorada, entre o presidente e integrantes da base governista.
“Tratamos de questões gerais, principalmente sobre o andamento dos trabalhos parlamentares, conforme pedido durante o jantar”, disse Marun, recebido ontem por Temer, acompanhado do líder do governo, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e do líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (PMDB-SP).
De acordo com Marun, o presidente pediu que sua base avance com as reformas em tramitação no Legislativo.