POLÍTICA

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Temer e Aécio tentaram frear a Lava jato, afirma Janot

Folhapress

| Edição de 20 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) agiram “em articulação” para impedir avanços da Lava Jato.
Em pedido de abertura de investigação contra Temer acatado pelo ministro Edson Fachin, relator da operação no STF (Superior Tribunal Federal), Janot diz que “Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio do controle de indicação de delegados da polícia que conduzirão os inquéritos”.
O procurador-geral conclui que o material colhido na delação do frigorífico JBS mostra que a propina paga pela empresa ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a Lucio Funaro, operador do primeiro, servia para mantê-los em silêncio.
“Existem, ainda, elementos que apontam para diversos atos realizados com o intuito de impedir ou, de qualquer forma, embaraçar a investigação dos crimes praticados. Depreende-se do material colhido que o pagamento de propinas ao ex-deputado federal Eduardo Cunha e ao doleiro Lucio Funaro, mesmo depois dos mesmos estarem presos, tem, se não como motivação única, mas certamente principal, garantir o silêncio deles ou, ao menos, a combinação de versões”, escreveu Janot.
Ele ainda cita nominalmente Temer como interessado no silêncio dos dois presos: “Depreende-se dos elementos colhidos o interesse de Temer em manter Cunha controlado”.
No mesmo documento, há trecho da gravação de uma conversa entre Joesley e o senador Aécio Neves em que o tucano afirma que teria tentado organizar um esquema com Temer e Alexandre de Moraes, ministro do STF e e ex-ministro da Justiça, para influenciar a indicação de delegados nas investigações da Lava Jato.