POLÍTICA

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WhatsApp remove contas de disparo em massa de fake news

Agência Brasil

| Edição de 20 de outubro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O WhatsApp está tomando medidas contra empresas que atuam com envio em massa de mensagens com conteúdos falsos ou enganosos. A informação foi repassada ontem pela assessoria da empresa. Na quinta-feira, o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem segundo a qual empresas de marketing digital custeadas por empresários estariam disseminando conteúdo em milhares de grupos do aplicativo.

Imagem ilustrativa da imagem WhatsApp remove contas de disparo em massa de fake news


De acordo com a nota da empresa, o WhatsApp está “tomando medidas legais imediatas para impedir empresas de enviar mensagens em massa via WhatsApp”. A companhia também informou que baniu contas associadas a estas empresas.
No comunicado, a assessoria da empresa informou que foram canceladas também “centenas de milhares de contas durante o período das eleições no Brasil”. “Temos tecnologia de ponta para detecção de spam que identifica contas com comportamento anormal para que não possam ser usadas para espalhar spam ou desinformação”, acrescentou a nota.
A reportagem da Folha de S. Paulo apontou uma rede de empresas de marketing digital contratadas para efetuar os disparos em massa. Os contratos, que chegariam até R$ 12 milhões, seriam bancados por empresários próximos ao candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), como Luciano Hang, da rede de varejo catarinense Havan.
AÇÕES
Anteontem, o PT entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cobrando apuração do ocorrido. Além de investigação dos empresários e de seu vínculo com a candidatura Bolsonaro, o partido requereu que a Justiça Eleitoral dê ao WhatsApp 24 horas para promover um plano de contingência que bloqueie o envio das mensagens em massa pelas firmas de comunicação digital citadas na reportagem.
O candidato Fernando Haddad disse ontem que a Justiça Eleitoral é analógica e está demorando para dar uma resposta ao que caracterizou como crime eleitoral cometido na forma de um “tsunami cibernético”.
No Rio de Janeiro para participar de um debate promovido pelo Clube de Engenharia, Haddad ressaltou que o resultado no primeiro turno foi influenciado por essas manobras virtuais, inclusive na eleição para o Congresso Nacional.
Pelo Twitter, Jair Bolsonaro afirmou que não tem controle sobre apoios voluntários e afirmou que o PT não está sendo prejudicado por “fake news”, mas pela “verdade”. Em seu perfil no Facebook, Luciano Hang disse que vai processar a Folha de S. Paulo e desafiou o jornal a mostrar os contratos de envio de mensagens em massa.

PREOCUPAÇÃO
O fenômeno das notícias falsas vem marcando as eleições deste ano. A missão internacional da Organização dos Estados Americanos (OEA) manifestou preocupação com o fenômeno da desinformação durante o 1º turno. No balanço da votação do 1º turno, a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, também alertou para o problema, em especial vídeos e mensagens colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral.