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O que é gengivite? Saiba mais com ajuda de especialista

da redação

| Edição de 26 de dezembro de 2018 | Atualizado em 26 de dezembro de 2018

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Já ouviu falar em gengivite? Quem explica mais sobre o assunto é a dentista Vanessa Alessandra Berlinck Pereira, de Apucarana. “A inflamação da gengiva é o estágio inicial da doença periodontal e, portanto, mais fácil de ser tratada, mas que, se não tratada, pode progredir e causar complicações mais graves. Consiste em uma inflamação e infecção que provoca alterações nos tecidos que dão sustentação aos dentes, como as gengivas, ligamentos e o tecido ósseo que circunda as raízes dos dentes”, ressalta. 

Segundo a dentista, a gengivite é, algumas vezes, o resultado dos efeitos do acúmulo de placa à longo prazo, embora a doença possa ser notada antes também. “Normalmente, acontece quando não existe uma higiene bucal adequada, e os restos de comida armazenados nos dentes, dão origem à placa bacteriana e ao tártaro, irritando a gengiva causando inflamação. A placa é um depósito de bactérias, muco e resíduos de comida que se desenvolve na parte exposta dos dentes, pode ser incolor ou de cor amarelada. É também a maior causa de cárie dentária”, reforça.  

Se a placa não for removida, de acordo com Vanessa, ela se transforma em um depósito duro chamado de tártaro, que fica preso no dente. As bactérias e as toxinas produzidas pela placa e pelo tártaro irritam as gengivas e as deixam inchadas e sensíveis. “Danos à gengiva podem ser resultantes de inúmeras causas. Até mesmo a escovação excessiva ou a limpeza vigorosa com fio dental podem causar gengivite”, acrescenta. 

Além disso, ainda de acordo com a dentista, mudanças hormonais também podem aumentar o risco de desenvolver essa inflamação, pois deixam as gengivas mais sensíveis. Gengivite costuma aparecer muito em adolescentes no início da puberdade, jovens no começo da idade adulta e em mulheres grávidas. “As grávidas estão no grupo de risco, nelas, a inflamação é denominada gengivite gravídica. Há maior incidência de gengivite também naquelas pessoas que, por alguma incapacidade motora, pela má posição dentária ou mesmo pelo uso de aparelho ortodôntico, tem dificuldades na higienização”, alerta.
Outro tipo de gengivite, segundo a profissional, está relacionado às doenças sistêmicas, como diabetes e leucemia, em virtude da dificuldade de cicatrização e à baixa imunidade, tornando-se mais agressiva nos portadores dessas doenças. “Fumantes também estão mais propensos a ter gengivite severa, pois por estarem sempre com a boca ressecada, eles produzem menos saliva e, consequentemente, menor produção de anticorpos”, esclarece.

A dentista explica que dentes desalinhados, pontas de obturação ásperas ou aparelhos mal encaixados ou não limpos corretamente, dentaduras, podem irritar as gengivas e elevar o risco da inflamação. “A gengiva inflamada costuma ter uma cor mais avermelhada que o normal ou até mesmo arroxeada. Fica inchada, sensível e sangra com facilidade durante a escovação e durante o uso de fio dental. Apesar disso, só incomodam quando são tocadas. Na gengivite, a gengiva as vezes não dói, então uma pessoa pode tê-la e nem saber disso”, comenta. 

Por isso, segundo Vanessa, uma boa higiene bucal é essencial. A limpeza profissional também é extremamente importante, pois uma vez que a placa se acumula e endurece (ou torna-se tártaro), apenas o dentista pode removê-la. “Ir ao dentista regularmente deve fazer parte da vida de todas as pessoas. Assim, o profissional poderá detectar qualquer problema de saúde bucal e tratá-lo antes que se torne algo mais grave e irreversível. Se notar qualquer sintoma característico da gengivite, marque uma consulta”, complementa.