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Elaboração do diabetes

José Cervantes Loli

| Edição de 04 de fevereiro de 2019 | Atualizado em 04 de fevereiro de 2019

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Descobrir uma doença crônica nunca foi fácil para ninguém. É come morrer de um dia para outro; era-se um e tem que nascer outro. Toda situação nova na vida da gente tem que ter um tempo de aceitação para darmos conta dessa nova fase. Nesse interim, é possível que achemos o diabetes como a “doença do diabo”, como muitos pacientes a descrevem dizendo – “essa doença não é minha”.

Essa situação leva a um desfecho catastrófico caso o paciente diabético não seja ajudado a elaborar a sua doença e a encarar que o diabetes é uma doença dele e de mais ninguém; é uma parte doente dele que deve aprender a conviver diariamente e jamais se esquecer dela! Pois, se esquecer que é doente, implica em tomar atitudes que podem ser maléficas permanentemente e trazer complicações graves do diabetes para o futuro.

Mas o pior, é que para se elaborar essa doença, enfrentá-la para melhor tratá-la, torna-se necessário deprimir. Deprimir para encarar que a vida vai ser outra dali para frente. Perdeu-se aquela pessoa que se era para enfrentar essa nova, que é doente.
Quando aprendemos a enfrentar e tratar corretamente o diabetes, vivemos mais em paz com as nossas limitações; reaprendemos a comer e a viver de um jeito diferente, que não tem como não ser o nosso. Aprendemos a comer de forma mais saudável, assim como a maioria das pessoas ditas normais deveriam comer.
Saímos do lugar de vítimas, depressivos e assumimos o rumo da nossa história. Para pacientes que tem dificuldade de enfrentar a doença ou elaborá-la para melhor tratá-la, também existe tratamento, além do tratamento da doença diabetes.

Escrito pelo endocrinologista José Cervantes Loli, de Apucarana.