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Alta dos alimentos ‘puxa’ inflação e tendência deve se manter no ano

DA REDAÇÃO

| Edição de 13 de janeiro de 2021 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O setor alimentício foi o principal ‘vilão’ das finanças dos brasileiros em 2020. Divulgado ontem, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, fechou em 4,5% no ano passado. O valor foi puxado principalmente pelos alimentos, que encareceram 14,9% no período, com ênfase para o arroz e para o óleo de soja. Segundo especialistas, tendência deve se manter em 2021.

Em Apucarana, o preço médio do pacote de 5 quilos do arroz, por exemplo, está custando R$ 28,04, segundo pesquisa do Departamento de Economia Rural (Deral). O valor é pelo menos R$ 13 a mais que o preço médio praticado em janeiro do ano passado.
O economista Paulo Sergio Franzini, Deral da regional de Apucarana da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), explica que, com a valorização do dólar e a desvalorização do real, os preços dos alimentos sofreram um choque, pois foram impactados pela alta do câmbio, já que a moeda nacional chegou a se desvalorizar 40% ante o dólar neste ano. 
“O arroz, por exemplo, teve essa alta grande para o consumidor porque o Brasil tem um estoque baixo do produto. O câmbio sempre foi mais favorável para importar, mas no ano passado os produtores passaram a ter um grande estímulo para exportar, já que o arroz vinha há cinco anos tendo um preço defasado no mercado interno”, pontuou.
O preço do grão de soja no mercado internacional foi mais estimulado com guerra comercial entre Estados Unidos e China, criando uma especulação no mercado, elevando o preço do óleo, que está custando em média R$ 7,12. O valor é mais que o dobro do que o praticado no início de janeiro de 2020, quando era comercializado a pouco mais de R$ 3,40.
Ele ainda comentou que a safra de 2020 e 2021 começou com grande preocupação para os produtores com a falta de chuva, mas agora as coisas estão se normalizando e uma safra boa está sendo esperada, para esse ano a soja vai continuar com preços atrativos em real.
“A curto prazo, não deverá haver uma redução para o consumidor. Com a pandemia, a matéria-prima teve uma alta considerável e isso afeta diretamente o consumidor. Então, quando os produtos chegam nas prateleiras, estão mais caros, o que deve se manter por algum tempo”, observou Paulo.