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Alunos criam lápis a partir do bagaço da cana em Arapongas

Fernanda Neme

| Edição de 10 de junho de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Um lápis sustentável feito a partir do bagaço da cana-de-açúcar. O projeto que tem ganhado visibilidade em feiras pelo Brasil foi criado por alunos do ensino médio do Colégio Sesi de Arapongas. O  projeto ‘Canápis’ foi um dos destaques do V Expo Nacional Milset 2018, uma feira internacional de ciências, realizada semana passada em Fortaleza. 

Imagem ilustrativa da imagem Alunos criam lápis a partir do bagaço da cana em Arapongas


Além disso, os alunos responsáveis pelo projeto Maria Eduarda Neves, 18 anos; Francisco Miguel da Silva, 18; e Allan Messiano, 16, irão participar da feira Mostratec em outubro no Rio Grande do Sul. Com o auxílio do professor de Química, Welington Souza, e orientados pelo professor de Biologia, Diogo da Silva, os alunos tiveram a ideia a partir de uma conversa informal com um dos professores do colégio, que desafiou a criatividade dos alunos. “Ele jogou o lápis de madeira na mesa e sugeriu que fizéssemos um lápis sustentável”, recorda Maria Eduarda. 
A partir daí começaram as pesquisas. A estudante e seus colegas destacam que pensaram em substituir a madeira pelo bagaço de cana por conta da facilidade de oferta, uma vez que o Brasil é o maior produtor de cana de açúcar no mundo.  A ideia dos estudantes era dar um destino melhor para o bagaço da cana, usualmente utilizado como combustível.
“Por outro lado, no Brasil são produzidos dois bilhões de lápis de madeira por ano. Para isso são utilizados 10 hectares de árvores, ou seja, o equivalente a 10 campos de futebol”, destaca a aluna Maria Eduarda.
Com suporte de professores do Sesi, a colaboração de um engenheiro de produção e outras parcerias, os estudantes começaram a produção dos lápis feito com o bagaço da cana. 
“Primeiro pegamos o bagaço, secamos ele em uma estufa controlada a 60ºC a 80º C. Depois de seca, a cana é triturada de maneira em que os resíduos fiquem do mesmo tamanho. Após esse processo, são misturados alguns reagentes que dão liga à cana seca. Depois, a mistura é levada ao forno em forma de barrinhas e, por fim, é encaixado a grafite”, conta o professor Welington. 
Maria Eduarda explica que a intenção é que o projeto passe do ambiente escolar para o mercado. “Vamos patentear a receita e nosso desejo é que ela seja vendida para alguma empresa”, comenta.
Segundo a estudante, os alunos estudam agora outras aplicações para o material desenvolvido. “Nossa intenção também é colaborar com o meio ambiente desta forma. Por Arapongas ser um polo moveleiro nossa intenção é produzir também móveis a partir do bagaço da cana-de-açúcar”, acrescenta a jovem.