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Assaltos mudam a rotina de comerciantes em Apucarana

Vanuza Borges

| Edição de 21 de julho de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Assaltos frequentes têm assustado comerciantes e moradores em Apucarana. Anteontem, cinco casos foram registrados, mas a violência tem tirado o sossego há tempos dos apucaranenses. As vítimas, além do trauma, têm alterado a rotina e investido em segurança. Com medo de represálias ou de estigmatizar os estabelecimentos, alguns comerciantes evitam dar entrevista, mas revelam que alteraram a rotina e investiram em equipamentos de segurança, que vão desde câmeras a portas com travas automáticas. No primeiro semestre deste ano, o municípios registrou 228 assaltos.

Imagem ilustrativa da imagem Assaltos mudam a rotina de comerciantes em Apucarana
Dono de mercearia assaltado três vezes fecha estabelecimento na hora do almoço: insegurança | Foto: Delair Garcia

Entre as vítimas de anteontem, uma, em especial, chama a atenção. Gilson Fanelli, dono de um supermercado no Jardim Ponta Grossa, foi assaltado treze vezes nos últimos dez anos. Anteontem, ele não reagiu. “Na  penúltima vez, em 2014, eu fui atrás dos assaltantes e levei um tiro. Depois desse episódio, eu pensei em parar de trabalhar, mas não posso”, argumenta.
Na situação de anteontem, os assaltantes, assim como de 2014, acabaram presos. “Eu coloquei câmeras no meu supermercado há cerca de cinco anos e elas ajudaram a identificar os bandidos. No caso de ontem (anteontem), eles estavam encapuzados, mas com as imagens das câmeras de segurança a polícia militar conseguiu identificar e prender os assaltantes pelas roupas usadas”, diz.
Na avaliação do comerciante, a lei é branda demais, o que estimularia a prática de crimes. “Sabem que não vão ficar muito tempo presos. Toda vez, vou lá prestar depoimento e, dependendo do caso, saem praticamente junto comigo”, diz indignado.
Outro comerciante que já esteve por três vezes na mira de criminosos nos últimos anos, também avalia que a pena é muito branda. Além disso, ele, que tem uma mercearia há 30 anos no Jardim das Flores, também alterou a rotina e pensa em investir em câmeras de segurança. “Na hora do almoço, a minha mãe, de 78 anos, costumava ficar sozinha na mercearia, agora eu prefiro fechar”, revela.
Além do fechamento na hora do almoço, o comerciante, de 45 anos, comenta que passou a ficar mais atento à movimentação da rua. “Quando percebo que alguém está sondando a mercearia, eu ligo para a polícia”, diz.
Já a mãe, apesar do assalto ter ocorrido no ano passado, lembra com detalhes um dos roubos que estava presente. “Ele chegou com uma faca enorme. A gente fica um tempo atordoada”, comenta.
Pedestres também são vítimas frequentes. Neste caso, celulares são o principal alvo. Anteontem, três pessoas tiveram o celular levados pelos criminosos.