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Deficiente visual, Maria Gabriela se adapta a aparelho para início das aulas

Renan Vallim

| Edição de 23 de janeiro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A apucaranense Maria Gabriela Tebaldi, que tem deficiência visual, vai iniciar este ano letivo de maneira diferente. A menina de 12 anos comprou o aparelho que converte texto em voz no final do ano passado, graças às doações feitas em dezembro de 2018. Ela agora está se adaptando ao dispositivo, que promete auxiliar a garota nos estudos.

Imagem ilustrativa da imagem Deficiente visual, Maria Gabriela se adapta a aparelho para início das aulas


O aparelho, chamado OrCam faz leitura de livros, jornais, descreve as cores e até a fisionomia das pessoas. A família não tinha condições de custear o valor total do equipamento, de aproximadamente R$ 19 mil. Foi então que a direção do Colégio Polivalente, onde Maria Gabriela estuda, resolveu criar uma campanha para levantar o dinheiro através de doações. A meta foi batida em cerca de uma semana.
A garota se mostra ansiosa para o começo das aulas. “Acho que vai ser bom estudar com o aparelho. Vai facilitar para ler os livros e vou aprender mais fácil”, disse ela. A menina ainda não domina totalmente a linguagem braille e tinha algumas dificuldades durante as aulas. Até o ano passado, ela tinha o auxílio da mãe para saber o que estava escrito nos livros, que lia tudo para ela. Maria Gabriela escutava e memorizava tudo, com o auxílio de um gravador.
A mãe, Maria de Lourdes, também comemora. “O equipamento vai ajudar minha filha a ser mais independente. Ela vai poder, por exemplo, escolher a cor das roupas que quer usar. Agradeço muito a todos que nos ajudaram a comprar o OrCam, foi uma grande bênção para nós”, afirma.
O OrCam já é utilizado, por exemplo, em bibliotecas públicas da cidade de São Paulo. O equipamento é uma espécie de câmera acoplada a um par de óculos comum, que utiliza tecnologia de inteligência artificial para identificar palavras escritas e ditá-las em voz alta para o usuário. O aparelho ainda reconhece rostos previamente cadastrados, cores e produtos, além de informar data e hora. A autonomia do aparelho é de aproximadamente 30 minutos, sendo recarregado na tomada como um celular.

PROFESSOR DE APOIO
Maria de Lourdes agora busca o acompanhamento de um professor de apoio para a filha. “Entrei com um pedido no Ministério Público para que este professor seja designado para a Maria Gabriela. Quando ela estudava na rede municipal, havia este acompanhamento. No estado, apenas surdos têm este direito, mas não os cegos. Segundo me disseram no MP, em breve sairá o resultado desta minha solicitação. Estamos esperançosos”, conta.