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Devotos de Nossa Senhora Aparecida contam como se tornaram romeiros

Fernanda Neme

| Edição de 12 de outubro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Símbolo de fé, Nossa Senhora Aparecida é companheira diária que protege e guia os passos de milhares de devotos. Para a vendedora apucaranense Grasiele Donizete, 33 anos, o dia 12 de outubro significa principalmente gratidão. Desde que o filho Sérgio Otávio de Oliveira, 7, nasceu ela se tornou devota devido a uma graça recebida e visita todos os anos o santuário localizado no interior de São Paulo, onde esteve no mês passado.  
A apucaranense conta que o garoto nasceu com citomegalovírus, doença congênita cujos sintomas apareceram 10 dias depois do nascimento. “Ele ficou internado 2 meses na UTI e ficamos desesperados, sem chão. Na sala de espera do hospital, alguém deixou um panfleto da novena de Nossa Senhora. Eu peguei aquele papel e todos os dias descia na capela para fazer a novena, sempre pedindo a intercessão Dela”. 

Imagem ilustrativa da imagem Devotos de Nossa Senhora Aparecida contam como se tornaram romeiros


Sérgio foi se recuperando e recebeu alta do hospital. “Os médicos achavam que ele não ia se recuperar ou, se saísse do hospital, iria ficar com sequelas graves. Mas meu filho saiu com vida e com sequelas muito pequenas na parte motora e visual. Tudo isso graças a Deus e Nossa Senhora”. 
No caso da apucaranense Audria Fabiana de Paula, a devoção à santa veio da infância, mas ganhou força após uma série de problemas de saúde. “Digamos que eu tenha herdado da minha mãe e da minha avó. Porém, a manifestação aconteceu mesmo após inúmeras tentativas de engravidar. Foram 9 anos e 2 abortos por má formação”, comenta.
Em 2014, Audria conseguiu realizar o sonho de conceber, mas logo no inicio descobriu que as chances do bebê sobreviver eram mínimas por causa da Síndrome da Banda Amniótica, quando o âmnio sofre alguma ruptura. “Um certo médico queria até interromper a gestação, mas foi então que a minha fé e a de meu marido Valdemar não permitiu que isso acontecesse. Apelamos para o poder de intercessão de Nossa Senhora Aparecida e ela nos concedeu a primeira graça. Meu primeiro filho, o Valdemar Neto, nasceu apenas com o pé torto congênito e 3 orifícios no coração, que se fecharam 7 meses depois do nascimento”, comenta. 
Ainda abalada com tantas provações, Audria engravidou novamente. “Era uma gestação de alto risco, mas meu segundo filho, o Miguel, nasceu apenas com lábios leporino e fenda labial palatina. Foram anos orando e pedindo para receber essas graças. Meus 2 milagres aconteceram em apenas 2 anos. Foi aí que eu e meu marido resolvemos montar nossa primeira excursão para Aparecida, pois havíamos feito a promessa de apresentá-los no altar de Nossa Senhora”. Depois dessa viagem, ela se tornou ‘romeira’ profissional e monta excursões mensais. 
Para deixar marcado o amor por Nossa Senhora Aparecida, a vendedora Miriane Andressa de Lima, 23, de Apucarana, fez uma tatuagem no pulso.Todo ano Miriane viaja para Aparecida do Norte para agradecer as graças recebidas. “Infelizmente esse ano ainda não consegui, mas ainda vou. Sempre vou na companhia do meu que também é devoto. Sou muito agradecida por tudo que Ela faz por nós”. 
Neste ano, a Igreja comemora 300 anos de surgimento da santa.

Catequista de Ivaiporã fez 46 viagens ao Santuário
Em Ivaiporã, o professor José Aparecido de Souza Pinheiro, catequista na Paroquia Bom Jesus, conta que há 46 anos participa de romarias para a Aparecida. “Desde o ventre da minha mãe, nunca deixei de ir. No início, eram eu meus pais e meus três irmãos, mas de uns 15 anos para cá a família foi aumentando e agora vamos entre 15 a 18 pessoas, sempre de romaria”, comenta.
Ele relata ainda que essa tradição familiar vem dos tempos dos avós. “Meus avós que na época moravam em Poços de Caldas (MG), contam que iam em peregrinação para Aparecida do Norte de pau de arara. Hoje, as romarias são bem mais confortáveis ”, comenta Pinheiro. 
A motivação de Pinheiro para participar das romarias em Aparecida do Norte é pela devoção a santa. “É a primeira viagem que faço no ano. Vou pedir para que Nossa Senhora nos abençoe no propósito que espero para o ano todo, dando saúde, pedindo forças para suportar as provações que estamos sujeitos a ter e também agradecer”.
Pinheiro também lembra, que algo que marcou bastante nas viagens a Aparecida do Norte, foi a presença do Padre Vitor Luiz de Coelho. “Era um padre redentorista, que agora estão propondo a canonização dele”, comenta. (IVAN MALDONADO)