Militante na luta pela igualdade racial e de gênero há 41 anos e atualmente coordenadora da Central de Movimentos Populares do Paraná, a ativista Maria José Barbosa, Mazé, participou ontem, na Praça CEU, de uma reunião ampliada organizada pelo Conselho Municipal dos Diretos da Mulher de Apucarana.
O evento celebrou os 12 anos da Lei Maria da Penha. Sancionada em 7 de agosto de 2006, a Lei Federal nº 11.340,um importante marco para a defesa dos direitos das mulheres no Brasil. “Hoje, perguntado para as pessoas, elas vão dizer que conhecem a Lei Maria da Penha, mas no dia a dia percebemos que é necessário um maior aprofundamento sobre sua aplicabilidade. E isso é fundamental que aconteça, sobretudo, no campo de atuação dos gestores públicos e conselheiros municipais. Tem que conhecer para poder falar para outras pessoas, para que seu conteúdo incida verdadeiramente sobre a vida da mulher vítima de violência. Do contrário, vira apenas um livro, um discurso”, comentou a mobilizadora popular.
Segundo revela, a Lei Maria da Penha trouxe avanços, mas ainda há muitos casos que não chegam ao conhecimento das autoridades.
Ela também defende a ampliação dos centros especializados de atendimento. “A vítima precisa ter amparo após a denúncia e isso é política pública. O Paraná, por exemplo, é hoje o terceiro estado com menos unidades de atendimento no país, com 0,67% de unidades para cada 100 mil mulheres, ou seja, menos de uma unidade para cada 100 mil mulheres”, informou Mazé. Apenas Bahia e Alagoas têm índices piores.