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Em Apucarana, 13% dos exames laboratoriais não são retirados

Vanuza Borges

| Edição de 18 de novembro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Duas mil oitocentos e sessenta e oito pessoas deixaram de retirar algum exame laboratorial feito nos meses de setembro e outubro deste ano no Laboratório Central de Apucarana. O número corresponde a 13,42% do total de exames realizados na unidade neste período, que é de 21.364. O Laboratório Central é responsável pela realização de 43% do total de exames solicitados pela Autarquia Municipal de Saúde (AMS). A previsão é que este número seja reduzido significativamente com a informatização do sistema, que deve ser concluído este mês. “Com a informatização, os resultados dos exames serão acessados na própria unidade de saúde, que fez a solicitação”, argumenta o diretor-presidente da AMS, Roberto Kaneta.

Imagem ilustrativa da imagem Em Apucarana, 13% dos exames laboratoriais não são retirados


Com isso, ele explica que o paciente não vai mais precisar se deslocar até o Laboratório Central retirar o resultado do exame ou em qualquer outro laboratório conveniado. “Os resultados dos exames poderão ser acessados pelo sistema. Então, vai ficar mais fácil ter esse controle e também localizar esse paciente, que deverá receber também um aviso via celular avisando que o exame está pronto”, diz. 
De janeiro a setembro, o Laboratório Central, da AMS, realizou 97.262 procedimentos. Na rede privada, que presta o serviço ao Município, foram 128.280 exames laboratoriais. Um dos laboratórios parceiros, o São Francisco, no período de 1º de junho a 31 de outubro realizou 1.569 procedimentos, sendo que 364 não foram retirados, o que representa neste caso 23%.
Kaneta observa que o índice de exames não retirados está bem abaixo da média apresentada pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 50%. “Ainda segundo o MS, além da metade dos exames não serem retirados, 80% dos exames laboratoriais não apresentam nenhuma alteração, o que mostra que precisa de uma avaliação mais apurada na hora de solicitar os procedimentos”, diz.
Neste sentido, o diretor-superintendente da AMS, observa que a implantação do Sistema Municipal de Regulação, que será a única via de autorização, agendamento e controle dos serviços de saúde pública no município, esse percentual também será reduzido, uma vez que evitará a duplicidade de pedidos. “Não raro o paciente acaba fazendo o mesmo exame mais de uma vez, quando solicitado por médicos diferentes. Com a efetivação do sistema, isso não irá mais ocorrer, porque ao atender o paciente, o médico, de qualquer unidade, terá acesso a essas informações, que ficarão disponíveis na rede”, assinala.
“Hoje, a quantidade de exames solicitados é muito alta e precisamos ter esse controle para que haja a redução de custos. Além da informatização da rede, os exames laboratoriais serão informatizados, possibilitando o acompanhamento do histórico do paciente”, assinala. Com o prontuário eletrônico do paciente, que também deve entrar em vigor neste mês, esse conjunto de informações ficará disponível ao MS.
Nove unidades de saúde, que já contam com prontuário eletrônico, também já estão operando com o sistema informatizado para resultado de exames, além da UPA. 

Investimento em tecnologia 
Não são apenas os exames laboratoriais que acabam esquecidos. Ultrassons e raios-x, por exemplo, também acabam sem donos. Segundo o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir), de janeiro a 31 de outubro, foram realizados 11.532 procedimentos para a Autarquia Municipal de Saúde (AMS), de Apucarana. Geralmente são realizados dois exames por paciente. Deste total, 490 envelopes, com 980 imagens, não foram retirados, o que representa 8,5% dos procedimentos.
Já dos 4.991 exames de ultrassom realizados, 274 permanecem na unidade, o que representa 5,5% do total. No primeiro quadrimestre, a AMS autorizou 6.506 exames de imagens. No segundo quadrimestre foram 11.058 autorizações para exames deste tipo. 
Apesar dos índices menores, o diretor – presidente da AMS, Roberto Kaneta avalia que o quadro também exige atenção. “Não estamos em condições de desperdiçar recursos públicos dessa forma. Precisamos otimizar o pouco que temos. Por isso, estamos investindo em tecnologia, para evitar qualquer tipo de falha no sistema”, argumenta.