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Estiagem atrasa plantio do trigo e derruba produtividade do milho

Da Redação

| Edição de 21 de maio de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Além de afetar o desenvolvimento da safra de milho, cujas perdas já são estimadas em até 30%, a estiagem prolongada também está atrasando o plantio de trigo, que é a principal cultura de inverno de grãos na região.

Na região de abrangência do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab) de Ivaiporã, o plantio do trigo chegou a 65% da área estimada até agora. De acordo com informações do engenheiro agrônomo Sergio Carlos Empinotti, do Departamento de Economia Rural (Deral), a área 70 mil hectares devem ser cultivados com o cereal. 
“A chuva que caiu na semana passada foi pouca de modo que não houve grande avanço no plantio. Teve lugar que choveu 5 milímetros em outros lugares 15 mm.  Em termos de trigo ainda tem um bom tempo para o plantio, mas na questão do milho a situação está um pouco mais complicada”, pondera Empinotti. 
Da área de trigo com plantio precoce, 10% já se encontra germinada. “A planta já germinada sofre com a estiagem, mas vem aguentando bem. Cerca de 30% que foi plantado com a terra seca e 25% que foi semeado depois da chuva se encontram em fase de germinação. Vai depender muito do que pode acontecer nos próximos dias para uma avaliação melhor. O ideal seria uma chuva de pelo menos uns 15 mm”, comenta.
Na região de Apucarana, segundo dados do escritório regional da Seab, o plantio do trigo está em vias de ser finalizado. Dos 51 mil hectares previstos para esta safra, 90% já foram semeados. 

MILHO
O Deral de  Ivaiporã também atualizou os números na produtividade do milho safrinha, que ocupa uma área de 50 mil hectares. A nova estimativa é de queda na produtividade com redução de 30% por conta da escassez hídrica. “O milho plantado mais cedo que está em fase de enchimento de grão e florescimento não completa a espiga e está perdendo o ponteiro”, comenta.   
Na região de Apucarana, a situação não é diferente. O técnico do Deral local, Adriano Nunomura, afirma que a escassez hídrica na região é estimada em mais de 50 mm. “Essa escassez causa perdas que não se recuperam mesmo que volte a chover”, destaca.
O potencial produtivo desta safra, que ocupa 38 mil hectares, era calculado inicialmente em 5,5 a 6 toneladas por hectare. Atualmente, a estimativa da regional foi recalculada para 5,3 a 5,8 toneladas por hectare. (COLABOROU ADRIANA SAVICKI)