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Estiagem prejudica lavouras de milho e trigo na região

Renan Vallim

| Edição de 15 de maio de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A falta de chuvas no norte do Paraná tem afetado as lavouras de milho e trigo em Apucarana e região. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), as perdas já são irreversíveis. Muitos produtores estão apreensivos e esperam tempo mais úmido nesta semana para tentar recuperar parte da produção. No milho, a estimativa inicial já é de perdas de 30%.

Imagem ilustrativa da imagem Estiagem prejudica lavouras  de milho e trigo na região


O Deral estima que aproximadamente 69 mil hectares foram destinados para as plantações de trigo na região de Apucarana. “Hoje temos plantio em cerca de 30% desta área. Nesta mesma época do ano passado, o índice era de 95%. Já são quase 45 dias sem chuva, o que tem sido extremamente prejudicial para as lavouras”, afirma Paulo Franzini, chefe do Deral de Apucarana.
A situação dos campos de trigo é classificada como ‘média’ pelo Deral em 100% da área plantada. Ao todo, 90% do plantio está em fase de germinação. Os outros 10% estão em desenvolvimento. A estimativa inicial de colheita é de 203,5 mil toneladas, mas se a situação continuar assim, este número deve cair.
“Nas áreas em que já houve plantio, a lavoura está apresentando problemas de germinação. Os produtores plantaram o trigo sem que o solo apresentasse condições ideais de umidade, apostando em uma chuva que nunca chegou. Caso chova nesta semana, pode haver a recuperação de algumas áreas, mas já há comprometimento na produção. Já quem está esperando tempo bom para plantar está ficando no limite do zoneamento recomendado, o que eleva as chances de perdas”, afirma Franzini.
José Luiz Maroneze está enfrentando as duas situações. Ele destinou 55 alqueires para o trigo. Em 31 alqueires, ele já realizou o plantio, há cerca de 20 dias. No restante, aguarda a previsão do tempo para jogar as sementes. “A situação é complicada para o produtor. Onde já está plantado, temos problemas de germinação. Já no restante, não dá para saber quando iremos plantar”, diz.
Segundo ele, o ideal é que chova após quatro ou cinco dias do plantio, mas por enquanto não há previsão. “Enquanto isso, ficamos com o maquinário todo pronto, o caminhão cheio de sementes e insumos, apenas esperando”, destaca.

MILHO
O milho também tem sofrido com a estiagem. “A cada dia que passa, o problema vai se agravando, com prejuízos irreversíveis. A lavoura que está em uma fase mais adiantada tem acumulado mais perdas. Já as áreas com plantio mais tardio não estão desenvolvendo normalmente, ou seja, também enfrentam problemas. Ainda não temos como estimar com precisão o nível das perdas, mas a princípio, elas devem ficar em pelo menos 30%”, destaca o chefe do Deral de Apucarana, Paulo Franzini.
De acordo com o Deral, são 30,8 mil hectares destinados ao milho na região de Apucarana, com 100% desta área já plantada. O órgão estima que 30% da lavoura está em situação ‘média’, com o restante avaliado como ‘boa’. De toda a área, 80% está em fase de desenvolvimento, com os outros 20% em fase de floração. A estimativa é de que 169,6 mil toneladas sejam colhidas.
Segundo o Simepar, o clima pode mudar hoje, com previsão de pancadas de chuva na região.