O Conselho Comunitário de Segurança de Ivaiporã (Conseg) organizou na manhã de ontem (11), uma reunião com lideranças políticas, de segurança pública, judiciário e comunidade para debater o caos do sistema carcerário da cidade. Uma das propostas apresentadas na reunião, que aconteceu no salão nobre da prefeitura, foi a reivindicação junto ao Governo do Estado da construção de um presídio no município.
A cadeia foi construída em 1976 e funciona junto à sede da 54ª Delegacia Regional da Polícia Civil. No centro da cidade fica próxima de quatro escolas e enfrenta um problema crônico de superlotação. Apesar da capacidade para 32 detidos, atualmente comporta em média 180 presos. Como não há mais celas e divisórias, há grande dificuldade de administração e vigilância do espaço. No ano passado, foram registradas duas fugas com 23 foragidos. Na semana passada, 14 escaparam.
A proposta de reivindicação de construção de uma nova unidade prisional partiu do juiz titular da Vara do Trabalho, Cícero Ciro Simonini Júnior. Segundo ele, o Depen do Paraná tem projeto de criar em torno oito mil vagas no sistema penitenciário do Estado, em seis projetos.
“A ideia é um presídio para 500 vagas pelo fato de que o Governo do Paraná não trabalhar com números menores”, relatou o juiz Cicero. “Nós temos hoje uma bomba relógio que pode causar uma tragédia a qualquer momento, além é claro, dos riscos à população com as constantes fugas”, complementa.
O prefeito Miguel Roberto do Amaral (PSDB) marcou uma nova reunião para a próxima quinta-feira (14) para discutir mais assunto. “Ainda não tem nada definido. Estamos nos reunindo para dar fim ao problema de carceragem de Ivaiporã, onde 180 presos ocupam espaço de 32. Já construímos a Apac e agora estamos trabalhando na possibilidade do que pode ser feito”, comenta.
O juiz do Fórum da Comarca de Ivaiporã, Dirceu Gomes Machado Filho vê com bons olhos a construção de um presídio na cidade. “Isso resolveria o problema da Cadeia de Ivaiporã que já se arrasta há mais de uma década. Por outro lado, é um tema que deve ser debatido com a sociedade para esclarecer detalhes do projeto”.
Gustavo Dante, delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana, que até recentemente era delegado da 54ª DRP e conhece de perto o drama, também se mostrou favorável ao projeto. “É uma medida necessária em razão dos riscos iminentes de rebeliões e fugas, agravado em consequência da superlotação e da péssima estrutura que o local se encontra”, comentou Dante.
Também participaram da reunião, o comandante da 6ª CIPM capitão Élio Boing, o comandante do Corpo de Bombeiros, capitão Alexandre Cavalca, Aldair da Silva Oliveira delegado da 54ª DRP, os promotores Cleverson Tozatti e Egidio Klauck, Celso Gomes. O presidente do Conseg, o presidente da Câmara de Vereadores Eder Bueno e todos os vereadores.