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Mesmo com quebra, safra de trigo movimenta cooperativas

ALINE ANDRADE APUCARANA

| Edição de 08 de agosto de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Depois de uma safra de milho abaixo do esperado, as cooperativas da região se preparam para receber a safra de trigo, que deve começar a movimentar o setor a partir de setembro. Mesmo com uma quebra de cerca de 35% na produtividade, o trigo deve movimentar fretes e empregos temporários nas cooperativas. 

Em Apucarana, na maior cooperativa de grãos da cidade, a safra de milho rendeu apenas 2 mil toneladas, uma quantidade considerada pequena para a região, que naturalmente não tem uma cultura de plantio do milho. “Este ano o produtor está muito retraído para o plantio, quem plantou milho plantou também aveia, o que deixou a área de plantio de cerca de 2.500 hectares na nossa região, ainda menor”, explica Everson de Souza, gerente da cooperativa. 
De acordo com ele, a segunda safra de maior movimento das cooperativas na região é a safra do trigo, perdendo apenas para a safra de verão da soja, cultura mais tradicional e com maior área de plantio no Vale do Ivaí. O escoamento do trigo na região deve iniciar em setembro. 
“Estamos focados na próxima safra, que tem o dobro de área plantada na nossa região em relação ao milho, cerca de 5 mil hectares. Inicialmente, nossa expectativa era maior, no entanto a geada do mês passado e a seca das últimas semanas, somadas a uma área de plantio menor neste ano, geraram uma quebra na produção que deve chegar a 35%”, afirma Souza. 
O gerente conta que geralmente, na época de escoamento dessa safra, há um fluxo maior de trabalho na cooperativa, chegando a aumentar o movimento em até 70%, com contratação de funcionários temporários e até 50% mais caminhões para frete. No entanto, com a redução de produtividade, o crescimento deste ano deve ser menor. “Devemos ter um aumento tímido nas contratações de fretes e terceirizados de no máximo 30% para a safra de trigo deste ano por causa da quebra. Nossa expectativa é abrir de 5 a 6 vagas de empregos temporários apenas”, diz. 
Para Souza, o preço do trigo para a próxima safra está atrativo, com previsão de R$46,50 por saca, valor 6% maior que a safra do ano passado. “Com a produção menor, a chance de queda de preço durante a safra é menor. Acredito que o produtor que conseguir colher bem a produção vai conseguir ganhar dinheiro”, finalizou.