Mais de 2 mil famílias da região passaram a receber o benefício do Bolsa Família desde o início da pandemia. Os dados, compilados junto a Secretaria Especial de Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania, mostram que em março do ano passado, quando o Covid chegou ao Paraná, os 29 municípios da região tinham 15.192 benefícios. Em dezembro do ano passado, o número chegou a 17.282, um aumento de 13,7%.
Além da quantidade de beneficiários, o volume de repasses mensais também cresceu no período. Em março de 2020, os benefícios somavam R$ 2,4 milhões. No final do ano, a soma era de R$ 2,85 milhões, um acréscimo de mais de R$ 400 mil e 18%.
Dos 29 municípios da região, o número de famílias beneficiadas cresceu em 27. As exceções são Rosário do Ivaí, que manteve a mesma quantidade de benefícios no período (370) e Cambira, onde o número de famílias atendidas passou de 327 para 324.
Para especialistas, os números apresentam severo reflexo social que vão afetar o ‘pós pandemia’. “O país tentava sair das crises entre desde 2017 até 2019, mas a pandemia no ano passado aumentou o desemprego e deixou grande percentual dessas pessoas na linha da pobreza e elas entraram nos programas sociais automaticamente pelo sistema e pelo Auxílio Emergencial”, comenta o especialista em economia, professor Rogério Ribeiro.
O economista prevê que os efeitos da pandemia ainda vão longe. “Eu acredito que vamos levar uma década para retomar a normalidade na economia, isso se não tivermos mais nenhum problema de ordem maior, seja no mundo ou mesmo na política”, diz.
Os números também podem crescer nos próximos meses. Em Ivaiporã conforme informações da operadora do Cadúnico, Tania Mara da Fonseca o número de famílias beneficiadas com o bolsa família passou de 676 para 686 no período. No entanto, ela acredita que neste ano com a atualização e novos cadastramentos iniciados em meados de setembro, o número de beneficiários do Bolsa Família deve aumentar.
“O pessoal ainda continua sem emprego. Estamos recebendo muitas pessoas de outros municípios que perderam o trabalho. Estão voltando para a residência dos pais e vindo transferir o cadastro. São pessoas de todas as cidades, principalmente daquelas com mais indústrias como Cascavel, São José dos Pinhais, Curitiba e Arapongas”, explica Tania.