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Plano de Segurança é lançado após novo massacre de presos

Folhapress

| Edição de 06 de janeiro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O lançamento do Plano Nacional de Segurança, realizado ontem pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, foi marcado pelo acirramento na crise de segurança nas penitenciárias. Quatro dias depois do massacre do Amazonas, que vitimou 60 presos, 31 detentos foram mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima. 

Imagem ilustrativa da imagem Plano de Segurança é lançado após novo massacre de presos

O ministro negou que o episódio signifique que a crise prisional tenha “saído do controle” e informou que viajará para Roraima para se reunir com a governadora, Suely Campos, e com autoridades estaduais. “Eu conversei com a governadora e peguei informações preliminares. Não é, aparentemente, uma retaliação do PCC em relação à Família do Norte”, disse.
De acordo com ele, toda vez que ocorre um problema grave em prisões do país tenta-se achar um culpado. Para ele, o problema é do sistema prisional em geral e a culpa é de todos.
“O problema é do sistema e, se há culpa de alguém do sistema, a culpa é de todos. O sistema penitenciário no país não é ruim de agora e o que temos de fazer é melhorar. Não é um passe de mágica”, disse.
Para ele, não adianta só construir presídios novos, mas também verificar se todos os que estão presos deveriam estar dentro de unidades prisionais. “O Brasil prende muito, mas prende mal”, disse.
Na apresentação do plano nacional de segurança, o ministro explicou que o governo federal iniciará uma força-tarefa neste ano para apreensão de armas de fogo e cumprimento de mandados de prisão nas capitais do país (ver box).
Em menos de uma semana foram 93 assassinatos em presídios pelo país. As mortes já equivalem a 25% do registrado em todo ano passado. Em 2016, foram ao menos 372 assassinatos - média de uma morte a cada dia nas penitenciárias.

RORAIMA
Ontem, o governo de Roraima apresentou duas versões sobre a motivação da matança na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a cerca de 10 km do centro de Boa Vista.
Pela manhã, disse que as mortes eram uma reação do PCC (Primeiro Comando da Capital) ao ocorrido em Manaus no início da semana. Na capital do Amazonas, a maioria dos mortos era ligada à facção de origem paulista, após a invasão de uma ala por integrantes da FDN (Família do Norte), um braço do Comando Vermelho que disputa com o PCC a hegemonia nos presídios do Norte do país.
À tarde, porém, o secretário estadual Uziel Castro (Justiça) falou em confronto interno do PCC. "Foi uma ação isolada de membros do PCC contra pessoas que não eram ligada a nenhuma facção." De acordo com o governo, em novembro passado, todos os presos que seriam ligados a outras facções, como o Comando Vermelho, foram levados para outro presídio do Estado.