A taxa de casos de violência doméstica atendidos pela Polícia Militar (PM) de Apucarana aumentou neste início de 2019. Em média, dois casos são registrados por dia desde o começo deste ano. A média é 43% maior do que a do ano passado. No último final de semana, oito chamados de mulheres foram registrados em seis horas.
Ao longo de todo o ano de 2018, o 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Apucarana registrou 513 casos de violência doméstica em Apucarana. O número equivale, em média, a 1,4 chamado a cada dia, ou praticamente três chamados a cada dois dias.
Em 2019, a média subiu 43%, chegando a dois casos atendidos pelos policiais por dia. Do primeiro dia de janeiro até 10 de março, foram 136 atendimentos, média de dois a cada dia.
No último domingo (10), a PM apucaranense chegou a atender oito ocorrências envolvendo violência doméstica em um intervalo de seis horas. Os atendimentos resultaram em um total de cinco prisões de suspeitos de agressão, com base na Lei Maria da Penha. Entre os presos, um descumpriu medida protetiva e outro é usuário de tornozeleira eletrônica.
As agressões foram praticadas por maridos, ex-companheiros e namorados. Em alguns casos as vítimas chegaram a ser ameaçadas de morte. Em uma das situações, um homem tentou enforcar a mulher na frente dos filhos e depois apontou um revólver em sua direção. Em outro caso, após ser agredida a vítima foi ameaçada com uma faca.
Duas situações foram denunciadas por terceiros. Em uma delas, um vizinho chamou a polícia após presenciar um homem agredindo a esposa e os filhos gritarem por socorro. Em outra ocorrência, uma testemunha flagrou o momento em que um rapaz agredia a companheira em via pública.
“É lamentável e revoltante que estes casos aconteçam. Depois de vários avanços e discussões, a violência doméstica ainda é uma realidade presente no dia-a-dia. Por outro lado, é importante que estes casos venham à tona. Isto significa que as mulheres estão denunciando”, afirma Denise Canezin Machado, secretária municipal da Mulher e Assuntos da Família.
Segundo ela, as ocorrências acontecem com maior frequência nos finais de semana porque, nestes dias, o consumo de substâncias catalisadoras do comportamento agressivo aumenta. “É no final de semana que muitos agressores acabam consumindo bebidas alcoólicas e drogas. Isto, combinado ao maior tempo passado em casa, acaba levando ao confronto. Lembrando que a violência não é apenas física, mas pode ser ainda psicológica, patrimonial, entre outras”, diz.
Apucarana conta com o Centro de Atenção à Mulher (CAM), órgão municipal de amparo a mulheres vítimas de violência. A unidade fica na Rua Castro Alves, 1.629, no Jardim América, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.