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Polícia prende quadrilha que aplicava golpes em aposentados no Vale do Ivaí

IVAN MALDONADO IVAIPORÃ

| Edição de 15 de março de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Polícia Civil deflagrou no início da manhã de ontem (14) uma operação, com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada na prática de crimes de estelionato contra aposentados e pensionistas do INSS em Ivaiporã e região. Foram cumpridos quatro mandados de prisão nos municípios de Jardim Alegre, Lidianópolis e Ivaiporã, expedidos pelo juiz da comarca Dirceu Gomes Machado Filho. Quatro pessoas foram presas preventivamente, três mulheres e um homem. Segundo a polícia, pelos menos 20 aposentados foram lesados pela quadrilha.

A operação conjunta contou com 12 policiais civis da Delegacia Ivaiporã e da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana. De acordo com as investigações, os indiciados são suspeitos de assediar e aliciar idosos aposentados e pensionistas sob a falsa promessa de ajuizar ações para contestar juros abusivos cobrados em empréstimos consignados. Com documentos e informações em mãos, o grupo fazia novos financiamentos e ficava com o dinheiro. A polícia ainda está levantando o valor obtido no esquema criminoso, mas os primeiros levantamentos apontam que em pouco mais de seis meses o grupo levantou por volta de R$ 60 mil. Pelo menos 20 aposentados foram lesados. 
Segundo o delegado da 54ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Ivaiporã, Aldair da Silva Oliveira, as investigações foram iniciadas a partir de alguns registros de pessoas idosas que noticiavam ter sido lesadas pelos detidos. “Fomos então levantado alguns nomes e se descobriu que havia uma mulher aqui em Ivaiporã que era a cabeça do grupo e se apresentava como advogada. Outras duas mulheres de Lidianópolis eram responsáveis por aliciar esses idosos que, em sua maioria tinham baixa instrução. Em Jardim Alegre morava o motorista da quadrilha que transportava os aposentados para Maringá, onde eram realizados os novos empréstimos”, comenta. 
Ainda de acordo com o delegado, depois de feito o aliciamento, os aposentados eram levados para Ivaiporã para conversar com a ‘advogada’ que fazia o encaminhamento das vítimas para a cidade de Maringá. “Essa suposta advogada na verdade não tem curso de direito muito menos registro na OAB”, comenta. 
A mulher, identificada como Breda Bueno Pimentel de Oliveira, nega que tenha lesado alguém, já os demais detidos alegaram em depoimento que também foram enganados, mas confessaram que ganhavam um percentual por cada idoso encaminhado. “Apesar da cabeça do esquema negar, nós temos elementos para poder dizer que ela vinha trabalhando dessa forma com os aposentados”, assinala Oliveira. 
O delegado acredita que o grupo já vinha agindo na região por pelo menos seis meses. “Pelo que eu vi dos boletins de ocorrências, eles começaram timidamente no mês de setembro, mas a partir de novembro eles intensificaram as ações”. Todos os envolvidos responderão por crimes como associação criminosa, estelionato, e a chefe do esquema poderá responder também por falsidade ideológica.