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RESTAURANTES TENTAM DRIBLAR ALTA DE PREÇOS DO ALIMENTOS

DA REDAÇÃO

| Edição de 17 de setembro de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A alta dos alimentos vem preocupando não somente as famílias brasileiras. O setor de restaurantes, que já teve que se reinventar por conta da queda de público decorrente da pandemia, também está de olho nos aumentos, que já estão impactando no preço das refeições.

Há 25 anos, Roseane Silveira Lopes Beraldo é proprietária de um restaurante em Apucarana e garante que nunca enfrentou tantos reajustes em tão curto espaço de tempo.
Mesmo pagando mais caro nos ingredientes, Roseane ainda não repassou novos valores aos consumidores, mas não sabe até quando vai conseguir manter o mesmo preço da refeição. “Eu tenho feito pesquisas antes de comprar os alimentos, procurando promoções, chorando descontos aos fornecedores. Subiu tudo, arroz, feijão, carnes. Em 25 anos, nunca vi subir tanto assim as mercadorias, foi tudo de uma vez”, disse.
Roseane lembra que no começo da pandemia, quando o restaurante ficou fechado, precisou vender uma caminhonete para fazer acerto com os funcionários. Se a situação não melhorar, a empresária vai ter que fechar as portas “Eu deixei de ser microempresa e virei MEI (microempreendedor individual), precisei fazer acerto com todos os meus funcionários e tive de dispensar pessoas que trabalhavam há mais de 15 anos comigo. Nós esperamos que em janeiro tudo volte ao normal. Se não melhorar, não descarto a possibilidade de fechar”, destaca.
André Farinelli, proprietário de outro restaurante em Apucarana, já reajustou seus preços. Foram R$ 2 a mais no almoço livre. “Repassamos esse valor mínimo, se fosse repassar um valor pelo tanto que subiu, o correto, seria um aumento de aproximadamente R$10, mas como aplicar esse valor? Não tem como, os clientes vão sumir. Eu mantive o preço das entregas, mas não está fácil. Estou há 15 anos no ramo, espero que passe logo, pois quero manter meu pessoal”, detalha
Em Arapongas a situação não é diferente, Maisa Belo, que trabalha há 15 anos no ramo, também aumentou em R$ 2 no valor da refeição.  “Se fosse por na caneta, aumentar mesmo, não seria apenas R$2, mas tem que ser esse valor, se não perde cliente. Eu fico cotando preços, converso com os gerentes dos mercados, vou me virando. Eu me assustei com os valores dos produtos quanto teve a primeira greve dos caminhoneiros, mas agora superou.  Nunca pensamos que iríamos passar por algo assim, ter que ficar com as portas fechadas. Nesse período, preparamos marmitas e ficávamos na frente do restaurante vendendo”, comenta.
Quem come fora, já percebeu o aumento no bolso. Lariane de Oliveira, tinha o costume de pegar marmita em entre três e quatro vezes na semana. Agora a rotina mudou um pouco. “Antes eu pagava R$ 11 na mini refeição, agora já estou pagando R$13. Entendo que o restaurante não tem culpa desse aumento, sei que tudo está mais caro, até mesmo para comer em casa, mas não pego mais marmitas com tanta frequência, tento agora preparar minhas refeições. Faço um macarrão rápido em casa”, finaliza.