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Som alto do sino de igreja gera polêmica e motiva ação judicial em Cambira

Vanuza Borges

| Edição de 18 de outubro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O volume do sino da Igreja Matriz de Cambira, que é reproduzido por alto-falantes, virou alvo de reclamações entre moradores. O problema já foi parar na Justiça há 8 anos, porém a autora da ação garante que daquela época para cá pouca coisa mudou. “Na época, que morava bem em frente à igreja e entrei na Justiça para que diminuíssem o volume. Incomodava muito. Eu não conseguia conversar com alguém dentro de casa”, recorda a massoterapeuta Rosemara Aparecida Monteiro, de 41 anos.

Imagem ilustrativa da imagem Som alto do sino de igreja gera polêmica  e motiva ação judicial em Cambira

Atualmente, ela mora em outra casa a três quadras Paróquia São José, mas avalia que a situação não mudou. “Eu me recordo que vieram verificar os decibéis e baixaram o volume por um tempo, mas depois voltaram. O meu questionamento nunca foi o sino ou as músicas que são tocadas, mas apenas o volume”, sublinha. Rose, como é mais conhecida, trabalhava em casa como massagista.
Os sinos continuam a badalar, mas o filho de Rose, Luís Felipe Fonseca, de 21 anos, que mora na mesa casa que a mãe anteriormente, garante que o som alto incomoda. “Todo domingo de manhã, eu acordo com o som do sino ou com as músicas. É muito alto. De tanto ouvir, já sei as músicas de cor e salteado”, brinca. Os sinos geralmente são tocados antes das missas do final de semana e na terça-feira, antes do grupo de oração ou quando tem outros eventos religiosos.
Luís Felipe não descarta entrar com uma nova ação Justiça. “Vou verificar a possibilidade de entrar com alguma medida para reduzir as vezes que tocam e o volume. Eu quase não consigo atender o celular dentro de casa. Não é uma questão de religião, é de respeito ”, argumenta.
Por outro lado, a família Rossi La Verde, que também mora em frente, o som dos sinos não incomoda. “Eu moro aqui há 25 anos e já me acostumei. Não incomodam. Eu acho que, inclusive, já foi mais alto”, diz. Opinião semelhante tem a dona Generosa de Oliveira Alves, de 65 anos, apesar de evangélica, garante que o sino não incomoda e a tradição tem que ser mantida. “Tem que tocar bem alto para chamar as pessoas para a igreja. Não importa se é católico ou evangélico tem que seguir a sua fé”, diz a aposentada, que mora há cinco quadras da igreja e ouve o sino badalar.
O padre da paróquia Francisco Tabone não foi encontrado. Ele estava em tratamento médico, mas o coordenador da Pastoral de Comunicação da Diocese de Apucarana, padre Douglas Felipe, informou que não recebeu nenhuma notificação. “ A orientação é que as paróquias respeitem os decibéis permitidos por lei, para que não interfira na harmonia da comunidade”, frisa.