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Voluntários da Paixão de Cristo

Fernanda Neme

| Edição de 18 de março de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Há 21 anos, as habilidades de costura da araponguense Maria Domingas Milani Comar, 72, ajudam a dar mais colorido à Paixão de Cristo. Ela ajuda na parte de produção e reforma dos mais de mil figurinos que integram o espetáculo do grupo teatral Mãe do Céu, que neste ano está marcado para o próximo domingo (25), às 19h30, no Parque das Nações. 

Imagem ilustrativa da imagem Voluntários da Paixão de Cristo

Maria faz parte de um verdadeiro batalhão de voluntários que dão forma a figurinos, cenários e iluminação da peça. Para dar conta de vestir as 1,3 mil pessoas que entrarão em cena, o trabalho começa cedo. Apesar do grande acervo do grupo, todo ano tem novidade. Na metade do mês de janeiro, o pessoal da costura inicia as atividades. “Começamos um pouco mais tarde este ano porque íamos criar menos figurinos. No entanto, estamos costurando e reformando mais 150 novos figurinos novos”, conta. 
Para ela, é sempre um prazer fazer parte dos bastidores do evento. “A misericordiosa de Deus que age em cada um de nós e nos fortalece, dando força para continuar o trabalho. Minha parte humana já teria entregado os pontos”, explica. Ela é integrante do grupo de oração Nossa Senhora das Graças. 
Outro voluntário é o marceneiro Mauro Schianfa, 50, que faz parte do grupo São José. Há 10 anos, ele ajuda na construção do cenário. “É uma bênção estar aqui. Nos domingos que sucedem o evento fico perdido em casa sem ter o que fazer e já com saudade de todo o trabalho que realizamos em equipe”, comenta. 
Mauro está construindo um túnel onde os personagens irão circular durante a encenação. “Estamos construindo esse túnel por onde os personagens irão sair. Todo este trabalho é conduzido pela fé e fazemos de tudo para que o espetáculo fique lindo”, complementa. O irmão do marceneiro, José Maurício Schianfa, também faz parte do elenco e atua na parte da cavalaria da encenação. 
O diretor espiritual do grupo teatral Mãe do Céu, o padre José Roberto Rezende, de Arapongas, conheceu o espetáculo no Domingo de Ramos de 2012, através dos amigos Marcos Vechiatto e Gilmar Berestino. “Fiquei encantado com tudo que presenciei por lá. A partir daí nunca mais me separei dessa família abençoada que é o grupo. Muito mais do que encenações e figurinos e papéis, ali se presencia o Evangelho vivo. Tudo o que envolve o Teatro possui uma mística grande”, elogia. 
Além disso, padre Rezende diz que não se consegue estar próximo ali sem estar espiritualizado. “Haja visto que a oração está presente durante todo o ano. Ou seja, muito mais que ensaios e figurinos e roteiros, ali se fundamenta tudo na oração. Existe a Oração do Terço em diferentes idiomas muito participado uma vez ao ano. Por outro lado, o grupo possui um trabalho social. Toda sexta feira durante o ano é servido um jantar aos moradores de rua na Praça principal de Arapongas”, explica. 

Grupo realiza várias ações
Com 21 anos de história, o Grupo Teatral Mãe do Céu tem atua com mais de 1,3 mil integrantes, que atuam na área estrutural, intercessão, acolhida, cozinha e atuação. Além do espetáculo, o grupo realiza outros eventos como terços luminosos, caminhadas e outras ações de evangelização. 
“Proclamar a Palavra de Deus através da Arte é um meio que o Grupo Teatral Mãe do Céu encontrou para levar às pessoas uma mensagem de Amor, Misericórdia e Esperança”, ressaltam os organizadores do grupo.
A apresentação acontece todo Domingo de Ramos, dia que inicia a Semana Santa. O espetáculo deste ano será no dia 25 de março, às 19h30, no Parque das Noções, em Arapongas, com entrada gratuita.
Na manhã de ontem, parte do elenco fez um desfile pelas ruas da cidade para chamar atenção para o evento.

Espetáculo completa 21 anos em 2018
Comemorando 21 anos, a encenação “Paixão de Cristo”, do grupo teatral Mãe do Céu, de Arapongas, este ano vai contar com 1300 pessoas atuando e mais 200 nos bastidores. “Nesses 21 anos mudamos sempre a vida pública de Jesus, que é cheia de detalhes e riquezas nos Evangelhos, além disso trazemos novos figurinos e efeitos especiais durante o espetáculo. Todo ano o público que vem assistir pode ver uma maneira diferente de apresentar a Paixão de Cristo”, explica o diretor do grupo teatral Mãe do Céu, Luiz Vechiatto, que também representa Jesus na peça. 
Segundo Vechiatto, toda a estrutura está sendo montada desde de dezembro de 2017. Depois que o espetáculo termina, o grupo tem de 3 a 4 dias para deixar o parque organizado para a comunidade que frequenta. “Todos, na entrada da apresentação, irão ganhar uma vela e uma cruz para colocar na porta de casa”, revela. 
O grupo também lançou o filme “Jesus – A esperança”,  produzido pelo grupo e dirigido por Semi Salomão e que ficou durante dezembro e janeiro nos cinemas de Arapongas e região. Por enquanto, o longa não tem previsão para ser exibido novamente. “A parte cinematográfica no Brasil é complexa e por isso, temos que esperar. Por ser um filme sobre Jesus acaba sendo polêmico e vemos uma dificuldade grande em propagar o cristianismo. Vamos aguardar”, acredita. 
A previsão para espectadores durante o teatro do próximo dia 25, segundo Vechiatto, é de mais de 20 mil pessoas de todo o Brasil.