OPINIÃO

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O grave problema da criminalidade no país

Da Redação

| Edição de 19 de abril de 2017 | Atualizado em 18 de abril de 2017

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Um assalto à mão armada na manhã de segunda-feira em Apucarana chamou atenção para a participação de dois menores de apenas 14 anos de idade. Eles foram apreendidos ainda na segunda-feira juntamente com mais dois comparsas – um de 17 anos e outro de 29. A presença de menores nos crimes mais violentos, como assaltos e também assassinatos, passou a ser comum em Apucarana e também em outros municípios. Até pouco tempo, esses adolescentes participavam mais ativamente de furtos e tráfico de drogas. Agora, estão presentes em praticamente todos os tipos de crime, independente da gravidade. Esse quadro é dramático e exige uma reflexão de toda a sociedade. Onde estamos errando? Qual é o futuro de um país onde meninos de 14 anos de idade empunham revólveres e agem com truculência em assaltos à mão armada? 

É claro que a primeira reação de muitas pessoas, especialmente das vítimas, é reclamar contra a impunidade e pedir a redução da maioridade penal. É natural esse sentimento de revolta diante da violência praticada por esses adolescentes. De fato, as quadrilhas estão cooptando menores porque sabem que eles, provavelmente, não cumprirão nenhum tipo de pena socioeducativa. A Tribuna já trouxe inúmeras matérias mostrando a falta de vagas nos Centros de Socioeducação (Cense) no Paraná. Na prática, apenas os adolescentes que cometem assassinatos são encaminhados para essas unidades. Aqueles que praticam furtos e até assaltos acabam liberados. Infelizmente, essa impunidade estimula a participação de menores em mais crimes do gênero. 

A situação dos menores infratores, no entanto, é muito mais complexa. É óbvio que esses adolescentes não podem ser liberados sem nenhum tipo de medida socioeducativa. Isso é absolutamente inaceitável. Por outro lado, é preciso refletir sobre a situação social da maioria desses menores. Segundo estudos, a maioria desses meninos e meninas vive em situação de vulnerabilidade social, com problemas de violência familiar em casa, não estudam, convivem com a dependência química e de drogas, tem familiares envolvidos no crime, entre outros problemas do tipo, sem contar também a falta de escolaridade dos pais e o desemprego, entre outras questões sociais. 

Essas mazelas influenciam, sim, na questão da violência e não podem ser ignoradas. Somente a repressão não irá resolver os problemas da criminalidade. Seria ingenuidade pensar assim. O país precisa, na verdade, evoluir em todos os sentidos. A corrupção, tão em evidência nos últimos tempos, ajuda a ampliar a pobreza, a desigualdade social e, consequentemente, estimula o crime. A solução é complexa e exige a união de toda sociedade.