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Fábrica clandestina produzia 100 mil cápsulas por dia em Jandaia

Cindy Santos

| Edição de 23 de abril de 2024 | Atualizado em 23 de abril de 2024
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A Polícia Civil fechou anteontem, após cumprimentos de mandado de busca, uma fábrica clandestina de medicamentos que movimentava entre até R$ 400 mil por mês em Jandaia do Sul. A investigação aponta que ao menos dez estados brasileiros recebiam os remédios fitoterápicos e suplementos alimentares produzidos de maneira irregular. Na mesma operação, a polícia descobriu uma segunda fábrica clandestina que produzia munições. 

O local não tem licença para fabricação dos medicamentos que, segundo a polícia, eram manuseados sem cuidados sanitários. De acordo com o delegado Saulo de Tarso, no local também foram encontrados rótulos de diversas marcas de medicamentos, o que pode configurar falsificação. O delegado, entretanto, aguarda a perícia da Vigilância Sanitária para confirmar a suspeita.

“Testemunhas que trabalhavam no local afirmam que não existia qualquer critério nas misturas dos componentes ou mesmo cuidados sanitários e higiênicos”, informou o delegado. Por dia, eram produzidos em torno de 100 mil cápsulas de medicamentos como suplementos alimentares e emagrecedores que eram vendidos para estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Rondônia, Rio Grande do Norte, entre outros.

As investigações acerca da fábrica clandestina começaram em março após uma denúncia anônima que indicou a prática ilegal. Mandados foram cumpridos em dois endereços. A fábrica clandestina de medicamentos funcionava aos fundos de uma malharia usada como fachada.

Na casa dos proprietários a polícia se deparou com uma fábrica clandestina de munição. A proprietária informou aos investigadores que comercializava as munições de diversos calibres restritos - alguns até desconhecidos pela equipe da Polícia Civil.

“Aguardamos a análise do Exército para confirmar a procedência. Mas parte do material não tem autorização. Não foi apresentado nenhum tipo de documento e o Exército não tem registro de compra de insumos e matéria-prima para recarga de munição”, disse o delegado.

A proprietária da empresa foi presa e cinco funcionários conduzidos à delegacia. A polícia segue com as investigações. (CINDY SANTOS E VITOR FLORES)