OPINIÃO

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Dirigir bêbado é uma estupidez no trânsito

Da Redação

| Edição de 09 de dezembro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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As tragédias no trânsito costumam gerar muita comoção. No entanto, nem sempre esses acidentes são meras fatalidades. Em grande parte dos casos, a conduta inapropriada dos próprios condutores é a responsável por essas mortes que geram tanto sofrimento em familiares que permanecem e, muitas vezes, arcam com as consequências de seguir adiante com uma família destroçada pela perda.

Como explicar, diante desse cenário, a insistência de tantos motoristas em dirigir após consumir bebidas alcoólicas? É um ato impensado e inaceitável, que chega a ser incompreensível diante dos riscos inerentes a esse comportamento. 
A Tribuna trouxe ontem reportagem mostrando que os casos de embriaguez ao volante dobraram em Apucarana ao longo de 2017. Dados do 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM) apontam que 136 condutores foram flagrados dirigindo sob o efeito de álcool de janeiro a 8 de dezembro contra 68 em todo ano passado. 
Segundo a Polícia Militar, o aumento de flagrantes é reflexo da maior fiscalização. A PM ampliou o efetivo nas ruas e também recebeu mais etilômetros. 
O álcool é nocivo no trânsito. Nas primeiras doses, atua como estimulante e pode temporariamente gerar a sensação de excitação. No entanto, como é um depressor do Sistema Nervoso Central, as inibições e a capacidade de julgamento são rapidamente afetadas, prejudicando o processo de tomada de decisões. Com o aumento do consumo, as habilidades motoras e o tempo de reação também sofrem consequências e o comportamento torna-se descontrolado, com tendência para maior impulsividade e agressividade, comprometendo mais a aptidão para dirigir. Ademais, a ingestão de altas doses de álcool pode causar sonolência ou até mesmo desmaios ao volante. 
Os estudos comprovam que a combinação de álcool e direção está por trás da maioria dos acidentes com vítimas fatais no Brasil. Por isso, a necessidade de educar nossos motoristas. É inaceitável que esse tipo de situação persista. Estamos chegando ao final do ano, uma época em que muitas pessoas acabam exagerando, e reforçar a orientação é fundamental para evitar tragédias. É preciso passar a direção a pessoas que não beberam. É fundamental que isso se torne uma rotina. 
Além da conscientização, os organismos de segurança têm a obrigação de manter o foco na fiscalização do trânsito. É dever dessas autoridades buscar formas de inibir tal conduta. 
As leis também precisam ser mais rigorosas. A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana o aumento da pena para motoristas sob efeito de álcool ou drogas que provocarem acidentes com mortes. Pelo texto, a punição para o crime será de reclusão de cinco a oito anos. O Projeto de Lei 5568/13, de autoria da deputada Keiko Ota (PSB-SP), já passou pelo Senado e agora segue para sanção presidencial.
Não há outro caminho a não ser unir conscientização, prevenção e leis mais rigorosas. É preciso aplicar todos os esforços para reduzir a violência no trânsito.