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Julgamento deve encerrar na madrugada

Vanuza Borges

| Edição de 07 de março de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Sob um forte esquema de segurança e com grande repercussão na cidade, começa hoje, às 7h30, com a escolha do corpo de jurados, o julgamento triplo de Bruno José da Costa, 29 anos, Célia Forte, 50, e Bruno César Albino, 23. Os três réus são acusados de homicídio qualificado no caso da morte de Jéssica Carline Ananias, de 21 anos. A vítima foi assassinada com mais de 30 facadas no dia 9 de maio de 2013. A motivação do crime seria um relacionamento extraconjungal entre o marido da vítima, Bruno Costa, e a mãe, Célia – única envolvida que alega inocência, já que os outros dois confessaram o crime no mesmo dia. O resultado deve sair madrugada adentro.

Imagem ilustrativa da imagem Julgamento deve encerrar na madrugada

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Além do embate entre acusação – tarefa dos promotores Eduardo Cabrini e Gustavo Marcel Marinho – e defesa, o julgamento também deve ser marcado por uma disputa entre a defesa, uma vez que os réus têm advogados diferentes e devem defender posições diferentes.
Os advogados José Teodoro Alves e Valdir Judai, responsáveis pela defesa de Célia Forte, destacam que vão provar a inocência da ré. “Nós esperamos que a Célia seja absolvida, porque ela não teve participação nem sabia do crime. Ela nunca negou o relacionamento com o Bruno Costa, mas não é isso que está em julgamento. O que está em julgamento é a participação dela no crime, o que não aconteceu, e nós vamos apresentar provas durante o júri que ela não tinha noção do crime”, revela Teodoro.
O advogado de Bruno Cezar Albino, 23, - apontado pela acusação como cúmplice de Bruno Costa - Sandro Bernardo da Silva, adianta que vai trabalhar com duas hipóteses. A primeira tentativa será a desclassificação de crime de homicídio. Neste caso, Bruno Albino responderia por participação num segundo momento do crime, fraude processual.
Sucessivamente, a segunda tese, irá versar sobre uma participação de menor expressão de Bruno Albino, pedindo a redução da pena e a desclassificação das qualificadoras do crime. Os réus são acusados de homicídio qualificado, por motivo torpe, por usar recurso que dificultou a defesa da vítima e fraude processual.
O advogado de Bruno Costa, Heitor Cazionato Possani, em contato com a reportagem, disse que prefere se pronunciar sobre o caso somente durante o júri. O advogado adiantou que irá falar somente após a conclusão do julgamento.

50 foram chamados
O juiz da 1ª Vara Criminal, Oswaldo Soares Neto explica que foram chamados 50 jurados, 25 titulares e 25 suplentes. A lista atual de jurados da Comarca de Apucarana é composta por cerca de 250 nomes. Os sete jurados sorteados irão compor o Conselho de Sentença, sendo que as Defesas e a Promotoria podem dispensar cada uma, sem justificativa, até três jurados. “É importante ressaltar que após sorteados, os jurados ficam incomunicáveis, não podendo se comunicar com outras pessoas nem expressar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa”, sublinha.
Caso haja recesso, ou seja, o júri seja interrompido e retomado na manhã de quarta-feira, os jurados serão encaminhados para um hotel da cidade, onde permanecerão incomunicáveis. “Cada jurado ficará num quarto sem acesso a qualquer meio de comunicação, porque não pode ser influenciado por qualquer situação externa, que possa vir a interferir no julgamento, seja o que é divulgado pela imprensa ou pelas pessoas. Os jurados devem ficar limitados ao que estão vendo e ouvindo das provas do processo”, frisa. Neste caso, um oficial de Justiça fará a fiscalização dos jurados.

Quinze testemunhas foram arroladas no processo
Seguindo o roteiro do júri, o próximo passo, após o sorteio dos jurados, é chamado de instrução. Nesta etapa também são ouvidas as testemunhas e depois os réus.
Ao todo, estão previstas 15 testemunhas, sete arroladas pelo Ministério Público, quatro pela defesa de Bruno José da Costa e quatro pela defesa de Célia Forte. A defesa de Bruno Cézar Albino não arrolou testemunhas.
Após todas as testemunhas serem ouvidas será dado início ao debate, que é quando as partes realizam a sustentação oral de suas teses. O debate inicia-se pelo promotor de Justiça que tem 2h30min para a acusação. Os advogados também têm 2h30, tempo este que deve ser dividido entre todos os advogados. Em caso de réplica e tréplica, a Promotoria de Justiça e as Defesas terão mais 2 horas para explanações.
Encerrado o debate e considerando cada uma das teses alegadas pelas partes, o juiz formula perguntas que serão votados pelo Conselho de Sentença. A sequência de perguntas é votada de forma individualizada em relação a cada réu. Depois as cédulas de votação são recolhidas pelos oficiais de Justiça e contabilizados os resultados pelo juiz, na presença dos promotores de Justiça e advogados. Por fim, o juiz presidente elabora e faz a leitura da sentença.