OPINIÃO

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Meio ambiente ganha com o consumo responsável

Da redação

| Edição de 25 de março de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Parque da Raposa, maior e mais importante unidade de preservação ambiental de Apucarana, foi beneficiado, nos últimos meses, com o plantio de mais de 2,5 mil mudas de árvores nativas. A iniciativa integra um tipo de empreendimento que vem crescendo em todo mundo: o mercado de crédito de carbono.
Nascido dentro das discussões propostas pelo protocolo de Quioto – principal tratado internacional de clima e meio ambiente assinado em 1997 e que entrou em vigor em 2005 – o mercado de créditos de carbono é um mecanismo que permite que empresas de vários setores, de maior e menor grau poluidor, mitiguem os danos causados decorrentes de suas atividades em ações que devolvam ao meio ambiente o que lhe foi retirado.
No Parque da Raposa, o plantio de mudas foi feito viabilizado por uma empresa de transporte sediada em Apucarana. A quantidade de árvores plantadas não foi escolhida ao acaso e foi determinada de acordo com a quantidade de quilômetros rodados pelos veículos da empresa. Todo o processo é previsto no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) regulamentado pelo Protocolo de Quioto que prevê a redução certificada das emissões.
O ganho ambiental da iniciativa é óbvio e, em um mercado que vem discutindo cada vez mais a questão do consumo consciente, a postura ambiental das empresas cada vez mais se configura como um patrimônio passível de mensuração financeira.
Segundo dados divulgados na última convenção do clima, realizada em 2015 em Paris, 55% das empresas com ações em bolsas de valores em escola mundial adotam práticas de redução de carbono. Internacionalmente, a organização internacional sem fins lucrativos Carbon Disclosure Program (CDP) é que recebe os dados reportados pelas empresas com créditos de carbono certificados.
Nos últimos seis anos, segundo dados da organização, o número de empresas que assumiram metas de reduzir emissões de carbono mais que dobrou.
A empresa de transportes que realizou o plantio das mudas no Parque da Raposa tem sede em Apucarana, mas poderia ter realização a ação ambiental em qualquer município. Para benefício do ecossistema local, a iniciativa foi feita por aqui.
Ganha o meio ambiente, ganha a comunidade e ganham as empresas que investem neste tipo de certificação e que ganham o respeito de seu público consumidor. Vivemos um momento onde o consumo tem virado uma escolha de risco. Não é apenas a operação Carne Fraca que coloca em xeque as estratégias da cadeia produtiva. Colecionamos escândalos grande escala neste país. Leite, extrato de tomate e até paçoca entraram nesta lista. Bem por isso, é preciso reconhecer e valorizar iniciativas que sigam além do que reza a cartilha tradicional do negócio. Produzir e também consumir de forma responsável é uma necessidade global.