A oferta de 100 mil vagas para o Ensino Médio noturno para o ano letivo de 2020 vai ao encontro do fortalecimento de políticas que contribuam para que aqueles jovens que precisam trabalham também possam estudar. O trabalho é uma das principais causas para a evasão escolar, que precisa ser combatida pelo poder público. Investir no ensino noturno mostra que o Estado está no caminho certo.
De acordo com a Secretaria Estadual da Educação (SEED), foi estudada a demanda por vagas no período noturno que contemplem a necessidade justamente daqueles jovens que trabalham durante o dia, seja na condição de aprendiz, seja como trabalhador formal – caso tenham mais de 16 anos. As vagas disponíveis no período noturno serão ocupadas, preferencialmente, por alunos com esse perfil.
Outro critério observado pelo planejamento escolar realizado pela SEED é a atividade econômica predominante em cada região do Paraná e qual é o potencial de criação de vagas de aprendiz e empregos formais para jovens com mais de 16 anos. Isso fortalece o ensino técnico, aquele em que as aulas buscam dialogar o máximo possível com a realidade do aluno, contribuindo para o aprendizado também de um ofício.
A evasão escolar é um grave problema no Brasil. De acordo com pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas (ONU), o país tem a terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), só atrás da Bósnia Herzegovina (26,8%) e das ilhas de São Cristovam e Névis, no Caribe (26,5%).
A falta de escolaridade leva a uma menor oferta de profissionais qualificados, podendo afetar a economia, além de contribuir para o avanço da desigualdade social. Há ainda as consequências de forma pessoal para o aluno ausente, sendo dificuldades no mercado de trabalho e subemprego as principais. Desta forma, a atitude do governo estadual é de grande importância, principalmente para os jovens, mas também com consequências mais amplas, para toda a sociedade.