OPINIÃO

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A importância da doação de órgãos precisa ser lembrada

Da Redação

| Edição de 20 de fevereiro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O aumento da recusa familiar nas doações de órgãos merece uma reflexão sobre a falta de informação sobre o assunto. Na região, o índice cresceu mais de 30% no ano passado. Muitas vidas deixaram de ser salvas. Esse quadro exige uma resposta das autoridades e uma mudança de postura da população. 

Os hospitais de Apucarana, Arapongas e Ivaiporã registraram 58 possíveis doadores em 2017. O número é 4,9% menor em relação ao anterior, que fechou com 61 notificações. As 58 notificações geraram 26 doações de órgãos. Entre os 32 casos de não-doação, 53% tiveram como causa a negativa dos familiares. 
Esse índice é preocupante. Na maioria dos casos, a recusa das famílias ocorre por conta da falta de diálogo prévio sobre o assunto. Muitos familiares assinalam que a possibilidade de doação não foi discutida e, assim, optam por barrar o procedimento. 
Por isso, a importância de debater o tema em casa. É claro que o assunto é delicado. Ninguém gosta de imaginar ou projetar uma tragédia. No entanto, isso pode acontecer, infelizmente, em qualquer família. Assim, em um momento de dor por uma morte inesperada, essa conversa prévia será importante para tomar uma decisão em relação a doação de órgãos. 
Além disso, há o problema da falta de informação. Muitas pessoas têm desconfiança em relação aos procedimentos. No entanto, o processo de doação de órgãos é muito rigoroso e segue padrões éticos e médicos rígidos. Falta conhecimento sobre a morte encefálica, por exemplo, que a condição primordial para a doação. Isso acaba prejudicando inúmeras pessoas que estão na fila de espera por órgãos. 
As pessoas, portanto, precisam discutir esse assunto e buscar mais informação. A doação de órgãos traz a possibilidade de transformar um momento doloroso e triste em algo positivo. É um ato de solidariedade, de esperança e de renovação da vida. É claro que a perda de um familiar é algo dolorido e pesaroso. No entanto, é importante pensar na pessoas que estão aguardando por transplante, muitas passando por grande sofrimento. 
É necessário mudar esse quadro de crescimento das negativas familiares na região. Para isso, em primeiro lugar, é fundamental inserir o tema da doação de órgãos no cotidiano, dentro das casas, das empresas e também nas escolas, além de trabalhar com afinco para desfazer mitos que circulam entre a população sobre o assunto.