A quantidade de pessoas que ainda insiste em despejar lixo em locais impróprios, como fundos de vale, áreas de proteção ambiental ou mesmo na rua, é alarmante. Só em Apucarana, como aponta a reportagem veiculada na última edição da Tribuna, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente já foi chamada para limpar um total de 125 áreas com entulho, boa parte resíduos industriais. Falta conscientização das pessoas para o impacto destas ações na natureza e também para as próximas gerações.
O mundo registrou um crescimento populacional acelerado nas últimas décadas. Este fenômeno tem sido ainda mais acentuado nos países em desenvolvimento, desencadeando um aumento significativo na quantidade de lixo e variedades em suas composições. Tal fenômeno se agravou ainda mais com a facilidade de acesso a bens de consumo no Brasil após a virada do século. Com mais consumo, maior é a produção de lixo, seja na forma do próprio produto adquirido, na embalagem que o envolve ou nos restos do processo produtivo.
Os descartes indevidos acabam levando a sérios problemas, tanto urbanos quanto ambientais. As enchentes em cidades são ocasionadas em grande parte pelo entupimento de galerias que serviriam para escoar as chuvas, mas encontram-se repletas de lixo. Já os resíduos jogados em áreas de mata podem afetar negativamente todo o ecossistema local, desde os menores insetos, passando por animais maiores, até as plantas.
Além de impactar o ambiente onde é imediatamente descartado, o lixo acumulado, sobretudo o doméstico, produz um líquido decorrente de sua decomposição denominado chorume, que pode atingir as águas subterrâneas, o que amplia significativamente a área afetada. Isto sem falar da contaminação dos solos e das pessoas que mantêm contato com os detritos, deslizamentos de encostas, assoreamento de mananciais, enchentes e estrago na paisagem.
Portanto, é necessário que as pessoas entendam a importância de destinar corretamente o lixo e, principalmente, os efeitos de quando não o fazem. Os prejuízos podem ser imensos e levam várias gerações para serem minimizados. Esta responsabilidade cabe a todos nós.