OPINIÃO

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Investimento em cultura está longe de ser supérfluo

Da Redação

| Edição de 12 de setembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O incêndio registrado no Museu Nacional do Rio de Janeiro, no último dia 2, gerou indignação em todo país. A falta de manutenção e o corte de recursos destinados para melhorias na instituição bicentenária foram alvos de inúmeras críticas. O incidente revela bastante sobre a atenção dada à cultura brasileira, relegada a segundo plano. 

Na maioria dos municípios brasileiros, a situação se repete. O poder público pouco – ou quase – nada investe na cultura. Há uma visão torpe de que essa área não merece investimentos de grande porte diante da imensa necessidade de intervenção em outras áreas, como saúde, educação, infraestrutura, segurança, etc.
É uma avaliação equivocada. A cultura e a arte têm papel fundamental na construção da identidade de um povo. Não é algo supérfluo ou desnecessário. É claro que educação, saúde, segurança, etc, são importantíssimas, mas os investimentos em museus, bibliotecas e eventos culturais são necessários na formação do caráter e na construção de pessoas como preocupação social e humanitária. 
Em Apucarana, a situação do Museu Histórico Regional David Carneiro é um exemplo da falta de atenção dada à cultura. O espaço, localizado no campus da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), está fechado há mais de 15 anos. Fundado em 24 de setembro de 1976, o museu reúne mais de 2 mil itens, desde fotografias, mapas até objetos de pioneiros do município e de toda região. No entanto, o local não recebe nenhum visitante. A Unespar informou que está realizando um estudo para reabrir o museu à visitação. 
Um amplo projeto, chamado de Quarteirão da Cultura, chegou a ser anunciado há mais de dez anos para criar um espaço voltado a essa área. No entanto, essa iniciativa transformou-se numa grande dor de cabeça, a partir do momento em que a empresa vencedora da licitação quebrou e abandonou o canteiro de obras. O problema se arrasta há dez anos e agora a administração tenta retomar. 
A cultura precisa também ser prioritária. É importante levar literatura, música, teatro, etc, para a população. Da mesma forma, a valorização da memória é fundamental. O ser humano também precisa desse tipo de serviço. São bens imateriais que fazem a diferença em uma sociedade.