OPINIÃO

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Saúde pública deve almejar atendimento de excelência

Da redação

| Edição de 24 de fevereiro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A prefeitura de Apucarana anunciou anteontem a contratação de uma cota extra de 100 exames de ressonância magnética por mês, ampliando de 60 para 160 a oferta deste tipo de procedimento na Autarquia Municipal de Saúde. O exame, considerado de alta complexidade, tem uma fila de espera de 450 pessoas.

A redução do tempo de espera na área de saúde é um desafio, notadamente no chamado setor eletivo. Como novas demandas aparecem todos os dias, se não houver um constante investimento e monitoramento, o tempo de espera só tende a aumentar. A cota extra de ressonância garantida nesta semana segue uma estratégia que vem sendo adotada pela administração municipal de atuar em pontos de maior demanda reprimida.
Desde o ano passado, a AMS vem ofertando mutirões de consultas oftalmológicas, uma das especialidades que tradicionalmente lideram as filas de espera, com objetivo de atender a população idosa para encaminhamento de cirurgias de catarata e, mais recentemente, as crianças. No caso delas, para detecção de doenças oculares. Dez iniciativas já foram realizadas e outras já estão marcadas. Outra iniciativa nesse sentido foram os mutirões de exames preventivos para câncer de colo de útero e mamografias, ofertados durante sábados e feriados como forma de facilitar o acesso do serviço, principalmente para as mulheres que atuam no mercado de trabalho.
O fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) é fundamental em um país onde a maioria esmagadora da população depende do serviço. 
Pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgada neste semana mostra que 69,7% dos brasileiros não possuem plano de saúde particular – seja individual ou empresarial. O percentual, claro, é maior quanto menor o poder aquisitivo da população e atinge 77% das pessoas das classes C, D e E. 
É de se destacar que o esforço da administração municipal na busca pela excelência do serviço de saúde é um diferencial.
O programa de odontologia do município, por exemplo, é referência nacional em implantes dentários, oferecendo um atendimento de alta complexidade raramente relacionado ao serviço público de saúde.
A implantação dos programas de residência médica e multiprofissional também coloca o município em um novo patamar de saúde. A AMS hoje tem um papel de formação profissional, o que gera não apenas um reforço no atendimento da rede dentro da atuação temporária dos residentes, como é responsável por um efeito em cadeia de aprimoramento permanente de todos os profissionais envolvidos nesse ciclo. Esse é um caminho que precisa ser seguido na saúde pública. Não é porque o serviço é público que não deve ser o melhor.