OPINIÃO

min de leitura - #

Segurança precisa de mais tecnologia e investimento

Da redação

| Edição de 20 de abril de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

A Polícia Civil de Arapongas está divulgando um novo canal de comunicação com a população através do WhatsApp, popular aplicativo de troca de mensagens. A ideia é incentivar o envio de denúncias que, graças à tecnologia, podem trazer também imagens, vídeos e áudios, ou seja, podem ir muito além do mero reportar fatos. A medida faz parte de um crescente esforço das forças policiais em, de um lado modernizar sua atuação, de outro melhorar o atendimento à população.
Uma iniciativa que começou com a implantação da Delegacia Eletrônica, serviço implantado em 2011 que, segundo o último balanço divulgado pelo governo, de 2014, apontava que em um ano o canal recebeu mais de 99,5 mil registros de furtos ou perda de documentos, e vem se estendendo em outras ações. A Delegacia de Pessoas Desaparecidas, por exemplo, tem iniciado um trabalho nas redes sociais, além de abrir a possibilidade do registro online de desaparecidos para divulgação de fotos e informações de quem se quer procurar.
Entram na mesma esfera de intenções, o investimento cada vez maior em monitoramento eletrônico. A quantidade de câmeras instaladas na área de segurança - tanto na área pública, quanto no setor privado - é uma nova e cada vez mais efetiva ferramenta de investigação criminal.
Todas as iniciativas citadas merecem destaque, mas é preciso destacar que ainda há muito o que se fazer nessa seara. O investimento em tecnologia e melhoria de atendimento ao usuário - e também de condições de trabalho dos policiais, frise-se - está muito aquém das reais necessidades do setor de segurança, que notadamente recebe menos atenção nesse quesito que outras áreas.
As delegacias do Estado não são deficientes apenas no quesito prisional. Por questões estruturais - as delegacias nunca foram planejadas pensando no conforto do cidadão que precisa de seus serviços -, o atendimento é prejudicado. A Delegacia Cidadã, programa muito divulgado como forma de humanizar essa relação há anos é anunciado e nunca sai do papel.
Apenas muito recentemente, o setor de identificação do estado aposentou a tinta e adotou a digitalização de impressões digitais, uma realidade que ainda não está em 100% dos postos do Estado.
Outro setor que precisa urgentemente de mais atenção envolve a Polícia Científica que, é preciso ressaltar, está com concurso. A estrutura dos IMLs do estado, em sua maioria, seguem a mesma inadequação das delegacias. A unidade de Apucarana, que tem uma sede notadamente ineficiente para atendimento ao público, é um exemplo gritante. Com poucas profissionais e perícias centralizadas, familiares esperam meses por uma identificação com base em exame de DNA, por exemplo. Para reverter anos de falta de planejamento na área de segurança é preciso investir muito mais.