OPINIÃO

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Terceirização não deu certo na rodoviária de Apucarana

Da Redação

| Edição de 24 de março de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A Prefeitura de Apucarana agiu de forma correta ao reassumir a administração do Terminal Rodoviário Interestadual João Batista Boscardin Filho. O local foi gerenciado por dez anos por uma empresa particular num formato de terceirização, no mínimo, discutível. Durante esse período não houve a esperada contrapartida em melhorias naquele espaço de uso coletivo. Agora, cabe à Prefeitura colocar o terminal em funcionamento, garantindo conforto aos milhares de passageiros. 

Segundo o prefeito Beto Preto (PSD), a situação encontrada pela Prefeitura na rodoviária é “lamentável”. Ele diz que o espaço estava completamente “abandonado”. Sequer há ligação de esgoto, sem contar os problemas de limpeza e mau cheiro que são alvo de reclamações há bastante tempo por parte dos usuários. 

O prefeito anunciou mudanças na gestão do local. Os quiosques e lojas da rodoviária serão licitados, assim como os serviços de guarda-volume e de carregadores de malas. A administração ainda pretende incentivar a criação de uma farmácia e de uma casa lotérica no local, além de uma sala junto a uma das empresas de ônibus adaptada para pessoas que fazem tratamentos de saúde em Curitiba. 

A Prefeitura tem razão em interferir no local se entender que a terceirização não surtiu os efeitos necessários. Muitas administrações públicas têm preferido transferir para a iniciativa privada a gestão desses espaços e outros serviços similares. No entanto, é preciso antes de tudo definir na licitação benefícios efetivos para o cidadão que se utiliza desse bem público e salvaguardar o município em caso de descumprimento. 

O repasse para a iniciativa privada, no entanto, não pode jamais trazer vantagens apenas para o empreendedor particular. A rodoviária, no caso de Apucarana, é a porta de entrada de visitantes. E realmente a situação não era das mais adequadas, como atestam, inclusive, inúmeras reclamações feitas por usuários e que até chegaram a repercutir na Câmara de Vereadores. 

Ficou claro que o modelo adotado nos últimos dez anos não foi o mais adequado na rodoviária. Na verdade, é preciso refletir sobre outras licitações e terceirizações em Apucarana que também não deram certo ao longo das últimas décadas, como é o caso das lojas do próprio Terminal Urbano e também no estacionamento rotativo. É preciso analisar os prós e os contras antes de repassar serviços importantes para a iniciativa privada, caso contrário os prejuízos à sociedade podem ser grandes e duradouros.