POLÍTICA

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​ “Vamos ter um governo austero e eficiente”, diz Ratinho Junior

Fernando Klein

| Edição de 10 de novembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Eleito governador do Paraná no primeiro turno com quase 60% dos votos válidos, Ratinho Junior (PSD) está realizando um estudo detalhado para montar sua estrutura de governo a partir de 1º de janeiro. Ele contratou a Fundação Dom Cabral para fazer um estudo sobre a estrutura administrativa do Estado. A consultoria foi paga pelo G7 – grupo de instituições do setor produtivo que inclui a Fecomércio, presidida por Darci Piana (PSD), vice-governador eleito. 

Esse trabalho ajudará a determinar quais secretarias e órgãos continuarão existindo. Em entrevista à Tribuna, no entanto, ele antecipa que pretende “reduzir pela metade o número de secretarias, reduzir o número de comissionados e acabar com as regalias monárquicas que ainda existem”.
Por conta do estudo da Dom Cabral, que ainda não ficou pronto, Ratinho Júnior mostra cautela no anúncio do secretariado. Apenas dois nomes foram confirmados até agora: o professor Renato Feder para a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e o general do Exército, Luiz Felipe Kraemer Carbonell, para a Secretaria de Segurança Pública.
No dia 19, Ratinho inicia oficialmente o processo de transição com o atual governo de Cida Borghetti (PP). “É somente a partir dessa data que teremos acesso às informações e poderemos ter um diagnóstico”, afirma. Confira abaixo a entrevista na íntegra.  

TRIBUNA DO NORTE - Como o senhor nasceu em Jandaia do Sul, há muita expectativa no Vale do Ivaí com a sua eleição. O que a região, que lhe deu a vitória na maioria dos municípios com ampla votação, pode esperar em termos de projetos e investimentos?
RATINHO JUNIOR - Vamos governar para todo o Paraná. Durante a campanha, realizamos encontros regionais em todo o estado. Foram mais de 30 reuniões com lideranças e população em geral para definir, em conjunto, as demandas e as prioridades de cada região. Além disso, quando fui secretário estadual de Desenvolvimento Urbano conheci cada um dos 399 municípios. Em todos eles, vamos priorizar a educação, a saúde e a segurança. O Paraná não pode ter excluídos. Nem cidades nem cidadãos. Vamos também investir em infraestrutura. O meu esforço será para recuperar a capacidade de investimento do estado e melhorar os índices de qualidade de vida.

 TRIBUNA- Há muita expectativa também em relação à presença de representantes do Vale do Ivaí no primeiro escalão. Há algum contato para um secretário ser da região? Quando o senhor pretende fechar o seu secretariado?
RATINHO JUNIOR - Nós estamos fazendo um trabalho com a Fundação Dom Cabral. É um estudo detalhado que vai nos ajudar a montar todo um novo organograma do estado. Nós vamos cortar muitas secretarias, modernizar a máquina pública. Precisamos tomar essas medidas para recuperar a capacidade de investimento do estado. Esse levantamento e o trabalho de análise da equipe de transição, que começa a partir do próximo dia 19, dará subsídios para uma série de tomadas de decisão. Acredito que na primeira semana de dezembro poderei anunciar os nomes e a nova estrutura.

TRIBUNA – Uma obra considerada estratégica para a região é a duplicação Apucarana-Ponta Grossa. O contrato chegará ao fim em 2021 com as concessionárias e a informação é de que 90 km (em seis trechos) dessa obra não serão duplicados e ficarão para depois. Como o senhor pretende tratar em seu mandato a conclusão dessa duplicação?  
RATINHO JUNIOR - Infelizmente é verdade que até 2021 o governo do Estado está impedido de investir na duplicação destes 90 km desta importante rodovia, responsável pelo escoamento da produção do norte e noroeste do Paraná até o Porto de Paranaguá. Isto ocorre porque a duplicação deste trecho foi retirada dos encargos das concessionárias em renegociações do contrato de concessão nos governos Jaime Lerner, Roberto Requião e Beto Richa. Deverá ser cumprido o que está homologado nas sentenças judiciais, pois o custo de uma nova renegociação é proibitivo. Até o vencimento do contrato de concessão não há possibilidade de aportar recursos ou antecipar obra sobre este trecho concessionado. Após o fim do contrato, caberá ainda ao Estado do Paraná  renovar junto à União a delegação da responsabilidade pelas rodovias federais e realizar uma licitação com uma nova modelagem de concessão que venha a antecipar toda as obras para os primeiros anos do contrato para ser solucionada esta questão.

TRIBUNA – A situação carcerária da região é problemática, com superlotação das cadeias (Arapongas e Ivaiporã, principalmente, mas também em Apucarana e Jandaia do Sul). Como o senhor pensa em resolver o assunto?
RATINHO JUNIOR - Temos uma grande preocupação com a população carcerária no Paraná, com cadeias públicas lotadas e um sistema prisional com deficiência de vagas, problema agravado por haver ainda, mais de 25 mil mandados de prisão a serem cumpridos. Nesta região, está prevista para 2019 a construção do Centro de Detenção Provisória de Arapongas, que irá minimizar o problema. No entanto, a modernização e aumento da capacidade prisional da região será objeto de atenção especial do nosso governo para equacionar o problema em todo o Estado. Estamos atentos e iremos governar para melhor qualidade de vida dos paranaenses estabelecendo ações efetivas para diminuição da violência e criminalidade no Paraná com projetos viáveis e eficientes.
TRIBUNA -  Como o senhor avalia o processo de transição em curso com a governadora Cida Borghetti? Está dentro do esperado pelo senhor?  
 RATINHO JUNIOR - O trabalho da equipe de transição, que estava previsto somente para 3 de dezembro, começa no próximo dia 19. Conseguimos antecipar esse calendário, depois de uma boa conversa com a governadora Cida Borghetti.  É somente a partir dessa data que teremos acesso às informações e poderemos ter um diagnóstico. Estamos estruturados, com uma equipe de apoio, além da equipe de transição, para trabalhar no ritmo necessário e definir responsabilidades a partir das informações.

TRIBUNA– Qual é a relação que o senhor espera com o governo Jair Bolsonaro?
RATINHO JUNIOR - Eu sou amigo do presidente eleito. Fui deputado federal junto com ele e temos um ótimo relacionamento. Estive com ele antes da eleição e temos um ótimo diálogo. Tenho certeza de que ele será parceiro do Paraná. Pela primeira vez na história recente, nós temos uma oportunidade ímpar. Teremos três senadores trabalhando a favor do Paraná e conversando entre si e também com o governador e, ao mesmo tempo, um presidente da República que temos acesso direto. Espero que a relação seja a mais positiva possível.
 
TRIBUNA – Falando em Bolsonaro, ele está anunciando o corte de ministérios. O senhor pretende fazer algo do gênero? Quantas secretarias o senhor pretende extinguir?
RATINHO JUNIOR - Eu vou seguir o planejamento que apresentei durante a campanha. Vamos reduzir pela metade o número de secretarias, reduzir o número de comissionados e acabar com as regalias monárquicas que ainda existem. Vamos ter um governo austero e eficiente. Vamos servir à população do Paraná. Para isso que fui eleito, é o que a população espera do meu governo e é o que eu farei