POLÍTICA

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Bolsonaro diz que Ford não falou a verdade sobre saída

DA REDAÇÃO

| Edição de 13 de janeiro de 2021 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou ontem, em conversa com apoiadores, que, de acordo com o seu entendimento, a Ford “não falou a verdade” sobre a decisão de fechar as fábricas no Brasil. Na avaliação do presidente, a empresa queria subsídios para continuar produzindo veículos no país.

Bolsonaro disse ainda lamentar os 5 mil empregos que serão perdidos com o encerramento da produção da Ford em território nacional.
Esse foi o número citado pela Ford quando questionada sobre quantas pessoas seriam demitidas, mas empresa disse que o montante inclui a Argentina, onde também serão feitos cortes em função do encerramento da produção no Brasil.
“Lamento os 5 mil empregos perdidos. Agora a empresa não fala que em novembro nós criamos 414 mil empregos. E estamos perdendo 5 mil agora. Repito: lamento. Mas o que a Ford quer? Faltou a Ford dizer a verdade: querem subsídios. Vocês querem que eu continue dando R$ 20 bilhões para eles como fizeram nos últimos anos? Dinheiro de vocês, de impostos de vocês, para fabricar carro aqui? Não. Perdeu a concorrência. Lamento”, afirmou Bolsonaro a apoiadores na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada.
“Há três anos, a Ford anunciou que não ia mais produzir carro de passeio nos Estados Unidos. A falta de ambiente de negócios, na verdade, eles tiveram subsídios nossos ao longo dos últimos anos de R$ 20 bilhões. Queriam renovar subsídio para fazer carro para vender. Agora, tem a concorrência também... Chinesa, entre outras. Saiu porque, em um ambiente de negócio, quando você não tem lucro, você fecha”, disse o presidente.
Segundo a Ford, a decisão faz parte da reestruturação global e também no mercado sul-americano. Além disso, a montadora alegou que a pandemia de covid-19 “ampliou a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.
Segundo a empresa, desde 2013, a Ford América do Sul acumulou “perdas significativas”, e a matriz, nos Estados Unidos, tem auxiliado nas necessidades de caixa, “o que não é mais sustentável”.
Entre os motivos da decisão, a fabricante apontou ainda a desvalorização das moedas da região, que “aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis”.