POLÍTICA

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Câmara de Arapongas reelege Osvaldinho para presidência

Renan Vallim

| Edição de 10 de dezembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Com polêmica e ameaça de nulidade, a sessão da Câmara de Vereadores de Arapongas ocorrida ontem escolheu os componentes da mesa diretora para o biênio 2019/2020. Uma das chapas protocoladas para concorrer teve o registro indeferido. Concorrendo sozinha, a chapa encabeçada pelo atual presidente da Casa, Osvaldo Alves dos Santos, o Osvaldinho (PSC), venceu com oito votos.

Imagem ilustrativa da imagem Câmara de Arapongas reelege Osvaldinho para presidência


A chapa ‘Livramento e Autonomia do Legislativo’ foi registrada com Angélica Ferreira (PSC) como candidata a presidente, Cleide Bisca (PSDB) para vice, Agnelson Galassi (PHS) como 1º secretário e Reivaldo dos Santos (PTB) como 2º secretário. De acordo com o presidente da Câmara, o vereador Agnelson protocolou um requerimento solicitando a renúncia da chapa no último dia 6. O documento foi recebido e assinado pelo presidente. Sem um nome para a 1ª secretaria, a chapa foi indeferida.
A situação gerou inúmeros protestos, tanto de vereadores como dos presentes que lotaram as galerias da câmara. Pelo menos cinco vereadores pediram o cancelamento da sessão, o que foi negado pelo presidente da Casa. Angélica Ferreira afirmou que a chapa foi protocolada inclusive na Justiça Eleitoral e criticou tanto Agnelson quanto Osvaldo.
“Requerimento não é o meio legal adequado para uma renúncia, por isso ela não deveria ser considerada. Outro agravante é que o requerimento foi acatado pelo presidente da Câmara, que encabeça a outra chapa, ou seja, é parte interessada, o que torna esse pleito suspeito”, disse ela.
O vereador Fernando Oliveira (PSDB) evocou sua formação em Direito para afirmar categoricamente que a sessão será anulada. “Pela quantidade de erros que vi neste processo, não há outro caminho a não ser considerar esta sessão como nula”, ressaltou.
Já o vereador Aroldo Pagan (PHS) lembrou do episódio em que o Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu o vereador Valdeir José Pereira (PHS), o Maringá, por suspeitas de superfaturamento de contratos quando era presidente da Casa. Agnelson, inclusive, foi o suplente que passou a ocupar a cadeira que era de Maringá a partir de agosto de 2017. “Me preocupo com o que pode acontecer daqui para frente. Não quero ver o Gaeco novamente aqui”, disse.
Pivô da polêmica, Agnelson não se manifestou ao longo da sessão. Em entrevista após a votação, ele pediu que respeitassem a sua decisão. “Não quis mais participar da chapa, por isso quis retirar meu nome. Isto faz parte da democracia. Não foi uma surpresa, avisei os outros membros da chapa há uma semana atrás. Estou tranquilo quanto à minha decisão e gostaria que ela fosse respeitada”, disse.

Votação foi realizada sob protestos e interrupções
A votação foi feita sob fortes protestos da população que acompanhou o pleito, inclusive interrompendo a sessão repetidamente. Por várias vezes, o presidente da Casa ameaçou a retirada de alguns manifestantes e inclusive chegou a cogitar o esvaziamento das galerias. A chapa ‘Transparência e Honestidade’ era composta por Osvaldo como candidato à reeleição, Miguel Messias (SD) para vice, Márcio Nickie (PSB) na 1ª secretaria e Levi Xavier (PHS) na 2ª secretaria. Além dos próprios membros, a chapa recebeu os votos de Antonio Carlos Chavioli (PHS), Rubens Franzin Manoel (PP) e Agnelson, que fazia parte da chapa contrária. 
Mesmo com o registro indeferido, a chapa ‘Livramento e Autonomia do Legislativo’ recebeu os votos de Angélica, Cleide, Reivaldo, Fernando, Aroldo, Adauto Fornazieri (PSC) e Ademir Gallo Esplendor (PDT).
Vencedor, Osvaldo Alves dos Santos disse que o resultado foi democrático. “Vamos continuar com o nosso bom trabalho à frente da Casa. Desafio as pessoas a encontrar, em qualquer município paranaense, uma Câmara melhor do que a nossa. Estamos fazendo tudo corretamente aqui, dentro da lei, e vamos continuar assim”, disse.
Já a candidata derrotada à presidência da Casa, Angélica Ferreira, afirmou que considera o resultado como uma vitória. “Os sete vereadores que votaram a meu favor provaram que têm vergonha na cara, que não se vendem. Saímos fortalecidos e vamos continuar na oposição”. (R.V.)